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Les Corps Dansants quer debater a dança e tirá-la da margem

A criadora da plataforma digital Les Corps Dansants, Maria Palma Teixeira, pretende, com este sítio 'online', promover o debate e a reflexão sobre a dança, uma área que "tem sido colocada à margem da cultura em Portugal".

Les Corps Dansants quer debater a dança e tirá-la da margem
Notícias ao Minuto

10:18 - 12/11/17 por Lusa

Cultura Plataforma

Lançada esta semana pela crítica de dança Maria Palma Teixeira, Les Corps Dansants assume-se como uma plataforma digital de informação independente, especializada na área da cultura e, mais especificamente, nas artes performativas e na dança.

Contactada pela agência Lusa, a ex-professora de dança explicou que a ideia do projeto surgiu há três anos, quando estava a concluir um mestrado relacionado com a dança e a publicidade.

"Eu tinha feito crítica de dança e queria explorar esta área no panorama português, criando um 'site' especializado, mas não dirigido apenas à dança clássica e contemporânea", explicou.

A ideia de Maria Palma Teixeira foi "ir além das notícias, da crítica de dança e das entrevistas, acrescentando artigos de opinião, sugestões de livros e passatempos", numa plataforma digital dirigida ao público em geral, que será atualizada diariamente.

O objetivo - sublinhou - é "desafiar as pessoas a participar, criando mais debate sobre esta área", cobrindo todo o país.

"Vejo muitas vezes as salas de espetáculo cheias de público, mas as questões ligadas à dança não são suficientemente debatidas", considerou, defendo a necessidade de "não ficar só pela informação, mas existir um envolvimento no debate".

Questionada pela Lusa se considera que a dança continua a ser um "parente pobre da cultura" no país, como a comunidade lhe tem chamado, sofrendo, nos últimos anos de crise, a saída de intérpretes para o estrangeiro, e, antes, o desaparecimento de uma grande companhia como o Ballet Gulbenkian, a responsável considerou que "as pessoas não são devidamente estimuladas".

"As escolas levam os alunos sobretudo ao teatro, e isso não acontece com a dança, que tem sido colocada à margem da cultura, em Portugal, e acabou por ficar com um papel secundário", lamentou.

Na plataforma, além da proprietária, diretora e editora, colaboram, na área da dança e do cinema, Edite Queiroz, psicóloga, que escreve sobre teatro, cinema e dança, e a ilustração está a cargo de Ana Duarte.

Licenciada em Comunicação e Cultura, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Mestre em Marketing Communications, pela Middlesex University, Londres, Maria Palma Teixeira desenvolveu a sua dissertação sobre a influência da publicidade que recorre à dança clássica no comportamento do consumidor para com a marca.

Decidiu explorar a crítica de dança em 2011, enquanto colaborou com a 'webzine' cultural Arte-Factos, da qual fez parte até 2016, para a qual entrevistou coreógrafos como Olga Roriz, Clara Andermatt e Daniel Cardoso.

Frequentou o curso de História da Dança organizado pela Companhia Nacional de Bailado, com formação de Maria José Fazenda, assistida por Pedro Mascarenhas, e fez voluntariado na Chisenhale Dance Space, em Londres, enquanto assistente da professora Amy Robinson, nas aulas de Dança Criativa para Crianças.

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