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PSD apoia moção de censura. "Sinto vergonha pelo que se passou no país"

Pedro Passos Coelho interrompeu a reunião extraordinária da bancada parlamentar para manifestar o apoio à moção de censura.

PSD apoia moção de censura. "Sinto vergonha pelo que se passou no país"
Notícias ao Minuto

12:18 - 18/10/17 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Política Pedro Passos Coelho

No final da reunião parlamentar relativamente à moção de censura apresentada pelo CDS-PP, Pedro Passos Coelho anunciou que o “PSD apoia” a iniciativa.

Apesar de não “termos tradição de apresentação deste tipo de processos isso não impede que o partido não partilhe do sentimento de indignação e de revolta com o falhanço do Estado desde a situação de Pedrógão”, comentou.

Para o ainda presidente do partido, foram “cometidos os mesmos erros [face a junho]. E o Governo não teve a humildade e o sentido de Estado de falar à nação".

Além disso, ressalva o político, “o primeiro-ministro fez graça pública com a possibilidade do afastamento da ministra da Administração Interna. Esta situação só demonstra que António Costa só aceita as decisões perante a inevitabilidade. Trata-se de uma clara falta de liderança no processo”.

Perante as circunstâncias, defende Passos Coelho, impõe-se “um pedido de desculpa do Estado porque, independentemente da responsabilidade direta dos membros do Governo, foi o Estado que falhou clamorosamente”.

Ainda ontem o Presidente da República “sentiu que essa era uma perda pesada e o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, na sua posição, não tem nenhuma obrigação executiva. E o Governo, que dirige a administração, acha que não é nada com ele?”, interroga-se o ainda líder do PSD.

Para Pedro Passos Coelho, o Governo deve, “em primeiro lugar, mostrar humildade e fazer um pedido de desculpa ao país. O primeiro ministro demitiu-se das suas responsabilidades e deixou que a ministra da administração interna aguentasse as críticas porque assim não eram dirigidas a ele. Enquanto cidadão, sinto vergonha pelo que se passou no país”.

Questionado pelos jornalistas sobre se António Costa se deve manter no Governo, o ex-primeiro-ministro é categórico ao afirmar que Costa “não tem condições para inspirar confiança ao país nomeadamente para fazer o contrário do que fez até hoje. O país não merecia ter um Governo que se comportasse desta maneira”.

Questionado se o PSD vai desafiar o primeiro-ministro a demitir-se, hoje no debate quinzenal, Passos Coelho remeteu para a discussão a partir das 15:00 no parlamento e que será protagonizada pelo líder parlamentar social-democrata, Hugo Soares.

O líder do PSD desvalorizou ainda os pedidos de consenso do Governo sobre uma reforma das florestas, defendendo que o PSD "nunca faltou ao país", tendo sido o proponente da criação de uma comissão técnica independente e de um mecanismo extrajudicial para rapidamente indemnizar as vítimas.

"Temos vivido estes dois anos a discutir coisas que não são o que parecem. O primeiro-ministro apareceu a pedir consensos na área da floresta quando rejeitou as propostas que apresentámos quase no início da legislatura", criticou, lembrando que os sociais-democratas apresentaram um diploma sobre o cadastro florestal que "esteve a aboborar" em comissão parlamentar durante longos meses.

Na reunião do grupo parlamentar do PSD, foram vários os relatos de deputados que estiveram nas zonas dos incêndios que deflagraram no domingo na zona centro e que provocaram pelo menos 41 mortos.

A comunicação ao país do Presidente da República de terça-feira à noite também foi abordada na reunião, com alguns deputados a lerem nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa um desafio ao Governo para que apresente uma moção de confiança.

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