Polícia queniana mata dois manifestantes após invasão a esquadra
A polícia do Quénia anunciou hoje que matou a tiro dois manifestantes da oposição que alegadamente tinham invadido uma esquadra da polícia, munidos de ferramentas agrícolas e pedras, num dia de manifestações anti-governo em vários pontos do país.
© Reuters
Mundo Tensão
As autoridades usaram gás lacrimogéneo para dispersar comícios na capital do país, Nairobi, e noutros pontos. Os manifestantes exigiam reformas no Quénia, que realiza novas eleições a 26 de outubro.
Três outros manifestantes ficaram com ferimentos de bala no condado de Siaya, afirmou o chefe da polícia do Bondo, Paul Kiarie.
As manifestações realizaram-se num ato de desafio contra a decisão do governo de proibir os protestos da oposição nos bairros empresariais das três maiores cidades do Quénia.
Na capital, Nairobi, a polícia disparou gás lacrimogéneo contra a oposição e em Kisumu, a terceira maior cidade do país, a televisão local mostrou uma batalha campal com jovens a atirarem pedras contra agentes das autoridades.
A polícia também usou gás perto de Mombasa, a segunda cidade do país, informou o deputado da oposição Abdulswamad Shariff Nassir.
O governo justificou o facto de ter proibido as manifestações nas zonas empresariais das três cidades com o "perigo iminente de violação da paz", indicou o ministro do Interior, Fred Matiangi, acrescentando que os manifestantes tinham pilhado empresas e atacado esquadras de polícia.
As organizações dos direitos humanos protestaram contra a proibição, com algumas delas a referir que a polícia matou pelo menos 37 pessoas no decorrer dos protestos que recomeçaram após o anúncio dos resultados das eleições em agosto.
O supremo tribunal anulou a votação, alegando várias irregularidades, e convocou uma nova eleição, a 26 de outubro.
Os líderes da oposição apelaram à realização de manifestações diárias até ao dia da votação. O candidato Raila Odinga, o mais votado dos candidatos da oposição em agosto, anunciou esta semana que se afastou da corrida à presidência porque não foram feitas quaisquer reformas na comissão eleitoral.
Foi Odinga quem avançou com o procedimento legal - considerado válido pelo Supremo queniano - para anular a reeleição do Presidente Uhuru Kenyatta.
A comissão eleitoral disse que a votação avança com os oito candidatos que havia em agosto e que Odinga ainda é considerado como candidato, uma vez que não se afastou formalmente. Nenhum dos candidatos - sem contar com Odinga e Kenyatta - obteve mais de 1% dos votos.
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