PSD pede debate sobre "responsabilidade política" a retirar do relatório
A direção do grupo parlamentar do PSD pediu hoje ao presidente da Assembleia da República a marcação de um debate de atualidade para sexta-feira "sobre a responsabilidade política" decorrente do relatório da Comissão Técnica Independente sobre os incêndios.
© Global Imagens
Política Parlamento
Os debates de atualidade têm precedência sobre a ordem do dia, pelo que este deverá ser o primeiro tema em discussão pela Assembleia da República na sexta-feira.
A Comissão Técnica Independente sobre os incêndios de junho em Pedrógão Grande concluiu hoje terem existido falhas no comando do combate ao fogo e que faltaram medidas que "poderiam ter moderado" os seus efeitos.
Outra das conclusões do relatório da comissão foi a de que o alerta precoce poderia ter evitado a maioria das 64 mortes registadas no incêndio que começou em 17 de junho em Pedrógão Grande.
No item intitulado "O que poderia ter sido diferente", lê-se que "esta ausência de alerta precoce, por não ter sido feita a leitura do incêndio às 18:00 (e mesmo antes), não permitiu impedir a maioria das fatalidades".
Este trabalho de antecipação, acrescenta a comissão, "deveria ter sido feito no seio do comando e planeamento desta operação de socorro e deveria ter resultado na mobilização dos meios necessários, incluindo a GNR, para evitar que se tivesse verificado uma fuga para a morte, tal como veio a acontecer".
O presidente da comissão, João Guerreiro, afirmou, depois de ter entregado hoje o relatório de 296 páginas ao presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, que "as medidas que deveriam ter sido tomadas, da responsabilidade do comando, e imediatamente a seguir ao início do incêndio, poderiam ter moderado os efeitos".
Especialmente entre as 15:00 e as 16:00 poderia ter havido uma "antecipação de medidas", designadamente "a retirada das pessoas das aldeias", disse o ex-reitor da Universidade do Algarve, sublinhando que existem "mais de 100 pequenos aglomerados" na zona.
O fogo que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho só foi extinto uma semana depois, tal como o incêndio que teve início em Góis. Os dois fogos, que consumiram perto de 50 mil hectares em conjunto, mobilizaram mais de mil operacionais no combate às chamas.
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