Costa vai reunir com Associação dos Familiares das Vítimas de Pedrógão
O primeiro-ministro afirmou hoje que se vai reunir na próxima quarta-feira com a Associação dos Familiares das Vítimas do incêndio de Pedrógão Grande para ouvir a posição desta entidade sobre o relatório da Comissão Técnica Independente.
© Reuters
País Quarta-feira
Esta reunião com a Associação dos Familiares das Vítimas foi transmitida aos jornalistas por António Costa após ter recebido em audiência em São Bento (Lisboa) o presidente da Comissão Técnica Independente aos incêndios de Pedrógão Grande e Góis, tendo ao seu lado os ministros da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e da Agricultura, Capoulas Santos.
António Costa adiantou ainda que, na próxima semana, será apresentado um outro relatório, este do professor Francisco Xavier Viegas, sobre a dinâmica do fogo.
"Na próxima semana, o Governo estará em condições de tomar decisões. As responsabilidades que estiverem apuradas terão de ter as devidas consequências, sejam elas quais forem. As recomendações formuladas devem ser executadas - e é essa a nossa função", insistiu.
Questionado sobre a exigência de indemnizações do Estado feita pelos familiares das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro recusou-se a antecipar conclusões.
"Na nota [da Comissão Técnica Independente] enviada à comunicação social são apontadas falhas concretas ao comando da Proteção Civil na fase inicial da operação e são descritas outras falhas. São registados também alguns fenómenos, designadamente aqueles que estiveram imediatamente associados ao momento da generalidade das vítimas mortais, mas não podemos tirar conclusões definitivas. Devemos ler o relatório e eu próprio quero ouvir o que as famílias das vítimas têm a dizer sobre a matéria", justificou.
Neste ponto, o primeiro-ministro frisou depois que há ainda um inquérito crime a decorrer.
"Esse inquérito crime, naturalmente, não está limitado pelas conclusões desta Comissão Técnica Independente" sobre os incêndios de Pedrógão Grande e Góis, acrescentou António Costa.
O fogo que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho só foi extinto uma semana depois, tal como o incêndio que teve início em Góis. Os dois fogos, que consumiram perto de 50 mil hectares em conjunto, mobilizaram mais de mil operacionais no combate às chamas.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, tendo alastrado a vários municípios vizinhos, causou pelo menos 64 mortos e cerca de 200 feridos.
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