Exposição junta peças para contar histórias em Ponta Delgada
Uma escultura de António Rossetti, obras ligadas à etnografia africana e peças regionais vão integrar uma exposição no Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, em outubro, propondo explorar o "Interior/Exterior" através dos conceitos corpo, casa e ilha.
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Cultura Açores
"É uma grande exposição no âmbito de uma seleção de peças a partir das diferentes coleções do museu e de outras coleções privadas e públicas", afirmou o diretor da instituição, Duarte Melo, em declarações à agência Lusa, acrescentando que a mostra "Interior/Exterior" vai estar patente entre 27 de outubro e 28 de março de 2018 no Núcleo de Arte Sacra com curadoria de Luísa Cardoso e Nuno Silva.
Entre as peças da exposição que poderão ser apreciadas está uma do século XIX do escultor António Rossetti, simbolizando uma criança a desfazer uma trança, oferta da Condessa de Cuba e que estava patente no Palácio do Rato, em Lisboa.
"Há ainda obras ligadas à etnografia regional com grande carga emocional, afetiva e histórica", salientou Duarte Melo, destacando haver "um conceito muito filosófico de grande pertinência contemporânea".
Este conceito vai ajudar o público "a perceber a dimensão do corpo enquanto linguagem, ilha e casa", estas as "duas vertentes interior e exterior", frisou.
O responsável sublinhou que a programação do Museu Carlos Machado emerge "sempre de uma realidade concreta", os seus espólios e as suas coleções, numa perspetiva de aproximação da instituição ao público.
O Museu Carlos Machado dispõe de várias coleções, desde etnografia, à arte, passando pelo brinquedo, traje, arte sacra, escultura, pintura e numismática.
O museu, localizado no centro de Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel, é o mais antigo da região e a sua sede, no Núcleo de Santo André, reabriu há um ano após uma década encerrado devido a obras de requalificação.
"Há um novo paradigma de museu. Já não somos um museu de secção, mas um museu de coleções", realçou Duarte Melo, admitindo que com a reabertura da sede, onde funcionam dois circuitos, um para valorizar a memória do convento e outro de história natural, o público tem aumentado.
Duarte Melo adiantou que já estão a ser trabalhadas as questões da museografia com vista à abertura da área relacionada com as vivências insulares e a alma açoriana.
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