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PS ou PSD. Há 27 anos que é assim em Lisboa

A presidência do município de Lisboa é alternadamente assumida há 27 anos pelos socialistas, que têm hoje maioria na Câmara e na Assembleia Municipal, e pelos sociais-democratas, mas outros partidos querem acabar com este ciclo em outubro.

PS ou PSD. Há 27 anos que é assim em Lisboa
Notícias ao Minuto

07:27 - 16/09/17 por Lusa

Política Autárquicas

Nas autárquicas de 2013, o PS - cuja lista integrou os movimentos Cidadãos por Lisboa, de Helena Roseta, e Lisboa É Muita Gente, de José Sá Fernandes - reuniu 50,91% (116.425) dos votos, o que se traduziu em 11 mandatos na Câmara Municipal, enquanto a coligação PSD/CDS-PP/MPT conseguiu 22,37% (51.156) dos votos e quatro mandatos.

A seguir, ficou a CDU (coligação constituída pelo PCP e pelo Partido Ecologista "Os Verdes"), que arrecadou 9,85% dos votos, o equivalente a 22.519, conquistando assim dois mandatos.

Também na Assembleia Municipal o PS conseguiu maioria. Ali, bastam 38 votos para isso acontecer, número que é ultrapassado se forem somados os membros socialistas (são 36, dos quais 17 foram eleitos por inerência por serem presidentes de Junta de Freguesia) aos seis independentes do movimento Cidadãos por Lisboa eleitos nas listas do PS.

Já durante o atual mandato, em 2015, o PS fez um "acordo coligatório" com o movimento cívico Parque das Nações Por Nós (PNPN), que tem apenas um eleito na Assembleia Municipal e preside à Junta de Freguesia do Parque das Nações.

O acordo prevê o acompanhamento no sentido de voto em matérias relevantes para a cidade.

A Assembleia Municipal é ainda constituída pelo PSD (16 membros), PCP (seis), BE (quatro), CDS-PP (dois), PEV (dois), MPT (um) e PAN (um).

Situação diferente verificou-se em 2009, ano em que o PS conseguiu 44,05% (123.467) dos votos e nove mandatos para a Câmara Municipal e a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM angariou 38,67% (108.390) dos votos), com sete eleitos.

Nesse ano, os socialistas não tinham maioria, o que os obrigava a dialogar com a coligação de direita em matérias como a reforma administrativa da cidade, que foi desenhada por estes partidos e reduziu o número de freguesias de 53 para 24, atribuindo-lhes também mais competências e meios.

O executivo era ainda composto pela CDU, com um vereador, ao ter conquistado 8,05% dos votos (22.575).

De 01 de agosto de 2007 até 06 de abril de 2015, a autarquia foi liderada pelo socialista António Costa, eleito pela primeira vez em eleições intercalares.

Em abril de 2015, tomou posse o atual presidente, Fernando Medina (PS), que sucedeu a Costa para este se concentrar na sua candidatura a primeiro-ministro.

Antes, de 2002 a 2007, a capital teve gestão social-democrata, com os presidentes Pedro Santana Lopes (de 23 de janeiro de 2002 a 17 de julho de 2004 e depois de 14 de março de 2005 até setembro desse ano) e António Carmona Rodrigues (como presidente substituto de 17 de julho de 2004 a 14 de março de 2005 e depois como presidente de 28 de outubro de 2005 a 18 de maio de 2007).

Por ter sido constituído arguido no caso Bragaparques - no âmbito do processo de permuta e venda dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular de Entrecampos, atos entretanto considerados nulos pelos tribunais -, Carmona Rodrigues deixou a presidência do município da capital em 2007.

Realizaram-se, então, eleições intercalares, altura durante a qual a liderança foi assumida pela presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Lisboa, Maria João Ferreira, entre 18 de maio e 01 de agosto de 2007.

A alternância com o PS já se tinha verificado há uns anos, visto que antes do PSD foram os socialistas a estar no poder, com Jorge Sampaio (de 22 de janeiro de 1990 a 15 de novembro de 1995) e depois com João Soares (de 15 de novembro de 1995 a 23 de janeiro de 2002).

No mandato anterior, este ciclo tinha sido rompido pelo centrista Nuno Krus Abecasis, que liderou a autarquia de 08 de janeiro de 1980 a 22 de janeiro de 1990.

Nas próximas eleições autárquicas, marcadas para 01 de outubro, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (independente apoiado pelo PDR e JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).

Esta é a primeira vez, nos últimos anos, em que o CDS-PP não surge coligado com o PSD e apresenta um candidato próprio.

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