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Expor crianças ao sol nas "horas impróprias" aumenta risco de cancro

O presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia avisou hoje os pais que, ao exporem os filhos ao sol nas “horas impróprias”, estão a contribuir para “um risco desmesurado” de baixarem a imunidade das crianças e contraírem cancro de pele.

Expor crianças ao sol nas "horas impróprias" aumenta risco de cancro
Notícias ao Minuto

15:57 - 28/06/13 por Lusa

País Saúde

Américo Figueiredo explicou à agência Lusa que as queimaduras solares na infância determinam duas situações “extremamente importantes”: O risco aumentado de contrair melanoma ao longo da vida e a imunossupressão.

“Uma intensidade muito grande de sol na criança pode levar a situações de imunidade diminuída”, que “também é importante na saúde global da criança”, adiantou o dermatologista.

Recentemente, o presidente da Associação Espanhola de Dermatologia e Venereologia, José Carlos Moreno, classificou de maus-tratos infantis o facto de uma criança estar na praia sem proteção.

Questionado pela Lusa sobre se concorda com esta afirmação, Américo Figueiredo afirmou que não o diria dessa forma.

“Eu diria que os pais, ao exporem uma criança ao sol, às horas impróprias, estão a contribuir para um risco desmesurado, quer do ponto de vista da imunidade, quer do ponto de vista do risco futuro de vir a contrair cancro da pele e o pior de todos, o melanoma”, sublinhou.

Para o especialista, a afirmação do responsável espanhol “faz sentido, na forma bombástica como o fez”, para alertar as pessoas.

As pessoas já sabem dos riscos que correm ao exporem-se ao sol sem proteção e nas horas de maior risco, mas muitas mantém o mesmo comportamento.

“A última forma que falta é transmitir informação agredindo”, disse, sustentando: “A transmissão agressiva dos factos, que o professor José Carlos Moreno fez, será de alguma forma aquilo que falta ouvir”.

“Se um pai ouve que às horas impróprias [11:00/16:30] ter uma criança ao sol é a mesma coisa que maus-tratos infantis (…) leva a que este reaja, interiorize e se comporte de forma diferente”, acrescentou.

As crianças não devem apanhar sol antes de um ano de idade. Depois desta idade, os cuidados devem ser redobrados, disse, alertando que “os melanomas surgem habitualmente em pessoas que tiveram queimaduras solares em criança”.

“Os casos de melanoma estão a aumentar de forma consecutiva, teremos durante 2013 cerca de mil novos casos de melanoma”, alertou.

Os casos são diagnosticados cada vez mais precocemente e com melhor prognóstico, mas o número de casos aumenta sete a oito por cento em Portugal e na maioria dos países europeus, acrescentou.

O melanoma vai estar em debate no sábado, no “Primeiro Simpósio Nacional sobre Melanoma”, promovido pelo Intergrupo Português de Melanoma.

“É essencial alertar as pessoas para a importância de se diagnosticar precocemente o melanoma, para que seja possível curar mais doentes”, adiantou a fundadora do intergrupo.

Maria José Passos adiantou que esta doença, que representa 10% de todos os cancros da pele, sendo responsável por cerca de 80% das mortes, “tem aumentado de incidência e mortalidade e atinge muitas vezes jovens, constituindo um grave problema de saúde pública”.

“Um em cada cinco doentes com melanoma desenvolve uma forma avançada e agressiva da doença. O melanoma aparece inicialmente na pele, mas na fase avançada pode tornar-se muito agressivo e atingir outros órgãos”, disse a responsável.

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