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O arrepiante relato dos sobreviventes da Chapecoense

Neto sonhou que o acidente "iria acontecer". Jackson Follmann tinha o "pé esquerdo pendurado apenas pelos tendões". E Alan Ruschel sobreviveu graças à insistência do guarda-redes.

O arrepiante relato dos sobreviventes da Chapecoense
Notícias ao Minuto

11:49 - 25/08/17 por Carlos Pereira Fernandes

Desporto Acidente

Neto, Jackson Follmann e Alan Ruschel, os três sobreviventes da equipa da Chapecoense cujo avião, em novembro de 2016, se despenhou quando seguia para Medellín, onde iria disputar a Recopa Sul-Americana, abriram o coração e revelaram tudo o que se passou naquela fatídica noite.

“Sonhei que iria acontecer”, começa por recordar Neto, numa carta aberta publicada no portal The Players’ Tribune: “Tive um pesadelo terrível. Quando acordei, contei à minha mulher que estava num acidente de avião. Eu estava na aeronave à noite e chovia bastante. Então, o avião desligou. E caiu dos céus”.

“No dia da viagem para o jogo final, não consegui tirar o pesadelo da cabeça. O sonho era tão vívido. Estava martelando na minha mente. Então eu enviei uma mensagem à minha mulher, do avião. Disse-lhe para orar a Deus e pedir para Ele me proteger daquele pesadelo. Eu não queria acreditar que aquilo iria acontecer. Mas eu pedi que ela orasse por mim. Então, vi todas as coisas daquele sonho tornarem-se realidade. O avião desligou. A força caiu completamente. Eu estava completamente acordado. E o avião caiu dos céus”, recorda.

Jackson Follmann, cuja perna teve de ser amputada, lembra que “a parte mais difícil foi ouvir os amigos a pedir por ajuda, e não poder fazer nada”: “Agora, eu só agradeço a Deus, porque não consegui ver ninguém”.

“Mais tarde, o sargento disse-me que foi a cena mais horrível que testemunhou na vida. Ele tentava-me levantar pelas costas, mas não conseguia porque eu estava a sentir muita dor. E meu pé esquerdo estava pendurado apenas pelos tendões”, relata.

Quanto a Alan Ruschel, não esquece que trocou “de lugar no avião por causa do Jackson”. Uma versão confirmada pelo companheiro de equipa: “Nos voos para os jogos, o Alan gostava de sentar-se no fundo para ficar esticado nos três assentos e dormir”.

“Eu estava sentado sozinho, então chamei para que ele ficasse ao meu lado. Chamei pelo apelido, ‘Rato’. Porque é muito magrinho, ele parece um rato. Eu disse, ‘Ei, Rato! Vem sentar aqui comigo. Vamos ouvir música. Vem, mano!’. Alan disse, ‘Não, não, eu vou me sentar no fundo. Eu quero dormir’. Eu disse, ‘Vamos lá, Rato. Vamos!’. Eu não sei por quê, mas insiti. Então finalmente ele veio. E daí, 30 minutos depois, tudo aconteceu”, relata.

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