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O herói inglês que não deixou menino morrer só. "Parecia o meu filho"

As histórias que o terror nos conta são de tragédia. Mas há também exemplos de coragem.

O herói inglês que não deixou menino morrer só. "Parecia o meu filho"
Notícias ao Minuto

08:25 - 21/08/17 por Pedro Filipe Pina

Mundo Harry Athwal

Barcelona sofreu na pele com o terrorismo jihadista na última semana. As Ramblas, onde um carro atropelou mortalmente várias pessoas, incluindo duas portuguesas, e feriu muitas outras, transformaram-se de um momento para o outro num lugar de tragédia.

Foi ali, onde centenas e centenas de pessoas se viram obrigadas a fugir em pânico, que um inglês mostrou também um exemplo de coragem.

À volta, o ambiente era de pânico e caos. Numa altura em que a polícia espanhola pedia às pessoas que saíssem do lugar, um menino de sete anos estava deitado no chão, ferido mortalmente.

Harry Athwal, um inglês de 44 anos, natural de Birmingham, que ali se encontrava, contrariou os pedidos da polícia, correu riscos, não sabendo onde estariam naquele momento outros terroristas, e ali ficou com o menino.

“Ele estava inconsciente, tinha a perna dobrada para o lado contrário, sangue a sair da cabeça”, contou ao britânico Mirror.

Harry estava em Barcelona com a família a festejar os anos do filho, que estava prestes a fazer oito anos. Tinham decidido comer alguma coisa pelas Ramblas quando tudo aconteceu.

“Parecia o meu filho”, recordou Harry, explicando as razões que o levaram a não ser capaz de deixar o menino sozinho no chão. Sentiu medo mas este não o paralisou. “Pensava que a qualquer momento os terroristas poderiam voltar, por isso é que não podia deixar o menino ali”.

O menino que surge deitado no chão, com Harry ao seu lado, é o pequeno Julian Cadman, uma criança de sete anos de nacionalidade britânica e australiana que esteve dada como desaparecida mas que já se confirmou ser uma das vítimas mortais do ataque de Barcelona.

Em comunicado, a família de Julian lembrou o menino “enérgico” e agradeceu entretanto o apoio que recebeu de pessoas à procura da criança. Dizem ainda que os seus pensamentos estão também com as restantes pessoas afetadas pelo ataque brutal.

No dia a seguir ao ataque, conta o El Mundo, Harry voltou às Ramblas para se juntar ao tributo às vítimas. “Devemo-lo a Barcelona”. Harry prestou ainda tributo ao menino que acompanhou nos últimos momentos de uma curta vida, roubada com violência por terroristas. “Não cheguei a ver o seu rosto mas consola-me saber que esteve alguém com ele”, afirmou.

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