"Mostrava vídeos jihadistas ao filho", denuncia mulher de terrorista
“Para morrer por Alá, tem de se saber lutar. Há meninos muito mais pequenos do que tu na Síria a lutar e a fazer a jihad”, dizia pai radicalizado ao filho de 13 anos.
© Reuters
Mundo Espanha
A mulher de um terrorista espanhol, detido há três anos e condenado a oito anos de prisão, revelou, numa entrevista ao El Mundo, alguns dos momentos por que passou até perceber que o marido se havia radicalizado.
Depois de um casamento feliz de 20 anos, tudo começou a mudar. “Em 2011, morreu o pai, uma referência para ele”, conta Raquel Alonso, mulher de Nabil Benazzou, que se encontra a cumprir pena de prisão.
As primeiras mudanças foram mais subtis, mas tornaram-se evidentes a pouco e pouco. “Deixou crescer a barba, passou a cumprir as cinco orações diárias na mesquita, formou novos amigos. Depois começou a levar os filhos à mesquita e a querer inscrevê-los em aulas de árabe”, acrescentou.
Às diferenças de humor e leituras de livros islâmicos, juntaram-se palavras proferidas aos filhos: “Aqui estão os infiéis que vão para o inferno”. Em entrevista ao El Mundo, Raquel Alonso contou que o marido “mostrava aos filhos vídeos de jihadistas, meninas com caras desfeitas pelas bombas”. “O meu filho contava-me aterrorizado, sem conseguir dormir”, relatou.
A esposa do terrorista pertencente à Brigada Al Andalus, uma célula jihadista radicada em Madrid, denunciou às autoridades todos os atos do marido antes da detenção. Três anos depois, diz que vive “desprotegida” e que os filhos, agora com 12 e 16 anos, estão “destroçados”. “As escolas são pouco compreensivas. Não entendem que a minha filha falte três dias porque teve um ataque de ansiedade e não consegue separar-se da mãe”, lamentou.
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