"Muito mal estaremos se considerarmos tal oferta 'socialmente aceitável'"
Poiares Maduro comentou o Galpgate no seu Facebook. O antigo ministro afirma que aceitar estas ofertas "cria uma proximidade entre interesses públicos e privados que não é boa para a nossa democracia e as nossas políticas públicas".
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Política Poiares Maduro
Miguel Poiares Maduro reagiu ao caso Galpgate, que já resultou na exoneração de três secretários de Estado. No seu perfil no Facebook, o antigo ministro do Executivo de Passos Coelho admite que os três secretários de Estado "sejam pessoas sérias e que não aceitaram a oferta com a perspetiva de retribuírem o favor à empresa". Porém, vincou: "muito mal estaremos se considerarmos tal oferta 'socialmente aceitável'".
"Exerci funções públicas e sinto-me ofendido quando ouço tal coisa. O mesmo devem sentir os membros de cargos públicos que corretamente recusaram tal oferta" acrescentou Poiares Maduro.
O antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional considera que "aceitar ofertas deste tipo cria uma proximidade entre interesses públicos e privados que não é boa para a nossa democracia e as nossas políticas públicas".
Poiares Maduro entende que há um problema ético neste caso, mas que não deveria ser tratado como um crime. "O problema é que o país parece ter transferido para a justiça todos os juízos éticos. Na política (como no futebol…) qualquer discussão ética é transformada numa discussão jurídica. Parece que só há violação ética se corresponder a um crime". E até lembra o caso de José Sócrates.
"O comportamento e debate sobre José Socrates (mesmo antes da sua detenção) é o maior exemplo disso mesmo. Os tribunais decidirão sobre a sua responsabilidade criminal. Mas o que é público já é mais do que suficiente para fazer um juizo ético avassalador sobre o comportamento do ex-PM. E, no entanto, não há político que se pronuncie sobre isto, alegando que temos de esperar pelos tribunais".
Poiares Maduro considera ainda que é por não se tirarem "conclusões éticas e políticas sobre estes comportamentos que acaba por não deixar outra alternativa que a intervenção da justiça".
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