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"Uma tragédia natural não é imprevisível, imprevisível é quando acontece"

“Provavelmente vou dizer coisas que vão irritar muita gente, talvez não sejam politicamente corretas”, referiu o advogado José Miguel Júdice.

"Uma tragédia natural não é imprevisível, imprevisível é quando acontece"
Notícias ao Minuto

22:59 - 20/06/17 por Pedro Filipe Pina

Política José Miguel Júdice

Os últimos dias têm sido marcados pela violência dos incêndios que têm atacado principalmente o Centro do país. No sábado, em Pedrógão Grande, a dimensão da tragédia atingiu níveis nunca antes vistos em Portugal. Até ao momento, são já 64 as vítimas mortais confirmadas, a que se juntam mais de uma centena de feridos.

O tema dos incêndios marcou o espaço de comentário de José Miguel Júdice na antena da TVI 24, numa rubrica intitulada 'Porquê?'.

O advogado começou por referir-se a Marcelo Rebelo de Sousa. “O Presidente da República, como se fosse impulsionado por uma mola, foi logo para lá. Dou-lhe os parabéns por isso, acho que foi um ato genuíno de comoção”, afirmou.

Havia no entanto críticas que tinha para fazer, como o próprio anunciou: “Provavelmente vou dizer coisas que vão irritar muita gente, talvez não sejam politicamente corretas”.

“É evidente que temos de ter total solidariedade com os que estão a sofrer e com os que morreram, mas a única forma de ter solidariedade é falar verdade”, disse Júdice, acrescentando que Marcelo “foi bravo mas começou logo a desvalorizar as responsabilidades, é típico dele, é tentar que tudo fique bem”.

“O próprio António Costa, com menos hipérboles, como convém a um primeiro-ministro, não andou longe de dizer o mesmo”, criticou ainda.

“Uma tragédia natural não é imprevisível, o que é imprevisível é quando acontece. Portanto devemos estar preparados para as tragédias naturais”, afirmou o advogado e comentador.

“Eu vi, não sei se na Internet, que aparentemente a época dos incêndios abre no dia 30 de junho. Portanto as causas naturais que fiquem a saber”, disse ainda Júdice em tom irónico.

A este respeito, realce-se, esclarecemos que a época de incêndios começa oficialmente a 15 de maio e termina a 15 de outubro. Entre 1 de julho e 30 de setembro vigora um período em que os meios de combate a fogos se encontram na sua capacidade máxima, é a chamada fase Charlie.

“Hoje em dia começamos a ter incêndios fora da época de incêndios, então devemos estar alerta o ano inteiro”, sugeriu ainda José Miguel Júdice, que lembrou igualmente erros do passado em Portugal: “Andámos décadas a fazer o contrário do que é o ordenamento do território”.

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