"Acuso fileira da celulose e governantes que pactuaram de autoria moral"
Miguel Sousa Tavares comentou esta noite de segunda-feira, na antena da SIC, a tragédia que se abateu sobre Pedrógão Grande.
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País Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares acredita que não deve haver exageros nem “juízos precipitados de culpabilização” no que respeita à situação em Pedrógão Grande, mas que não se pode “desdramatizar aquilo que de facto é um grande drama”. “64 mortos obrigam a falar disso”, indica.
Para o jornalista, “falharam as previsões meteorológicas sobre a gravidade potencial da situação” e “falhou o célebre Siresp, o sistema de comunicações de emergência e de segurança que custou uma fortuna a este país”, sendo este um ponto onde é preciso “apurar responsabilidades”, uma vez que não é a primeira vez que falha.
“Falharam coisas evidentes como mandar cortar a célebre Estrada Nacional 236”, acrescentou no seu espaço de comentário no telejornal da SIC.
Miguel Sousa Tavares critica o facto de as autoridades continuarem “agarrados à burocracia do calendário do Diário da República ao invés de estarmos agarrados à realidade dos factos”, explicando que a época dos incêndios já devia ter sido aberta e estar devidamente acautelada.
“Não percebo como é que a burocracia não se adapta aquilo que é óbvio, que é evidente. Já estava a haver trovoadas em vários sítios de Portugal há vários dias. A prevenção para incêndio devia ser máxima, absoluta”.
Esta não é, no entanto, a única responsabilização deixada pelo comentador. Explicando que a EN236 estava ladeada por eucaliptos, Sousa Tavares recordou que o tema da monocultura do eucalipto como uma ameaça já não é novo. “Eu acuso a fileira florestal das celuloses em Portugal e todos os governantes que pactuaram com ela da autoria moral de muitos destes mortos”, terminou.
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