PCP lamenta maioria absoluta de "neoliberal" Macron
Os dirigentes do PCP destacaram hoje o "profundo descontentamento" dos franceses espelhado pela fraca participação nas eleições legislativas e lamentaram a maioria absoluta obtida no domingo pelo "neoliberal", "federalista" e "militarista" Emmanuel Macron.
© Reuters
Política França
"Uma política que procura assegurar, em parceria com a Alemanha, um novo aprofundamento na política neoliberal, federalista e militarista da União Europeia contra os interesses, os direitos e as aspirações dos trabalhadores e dos povos da Europa", resumem os comunistas em comunicado.
O partido do Presidente gaulês, o centrista Macron (A República Em Marcha), e o aliado MoDem obtiveram no domingo uma maioria absoluta confortável na Assembleia Nacional francesa, elegendo 350 dos 577 deputados da câmara. A abstenção ascendeu a um recorde, de 57,4%.
"Os resultados das eleições, embora não deixando de refletir uma derrota para as forças políticas que protagonizaram a política de ataque aos direitos democráticos dos trabalhadores e do povo francês, nomeadamente durante os governos de Hollande e Sarkozy, significam a continuidade e mesmo o agravamento da política de intensificação da exploração e de retrocesso social, agora protagonizada por Macron, representante dos interesses do grande capital", lê-se no texto do PCP.
Para os responsáveis comunistas, "a segunda volta das eleições legislativas em França fica marcada por um nível de abstenção histórico, de cerca de 57%, uma percentagem que, somada a votos brancos e nulos, se eleva a cerca de 61%, um elemento que, somado a um profundo descontentamento face às repetidas e falsas promessas de mudança em França e na União Europeia pelos partidos que se têm revezado no Governo, traduz um profundo descrédito num sistema eleitoral antidemocrático que distorce gravemente a expressão da vontade popular".
O PCP critica ainda "um perverso sistema eleitoral que possibilita que, com apenas 32% dos votos expressos na primeira volta, as forças reunidas em torno do projeto político protagonizado por Emmanuel Macron totalizem cerca de 60% dos 577 lugares do parlamento".
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