Liga dos Bombeiros apela para suspensão de doações
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses apelou hoje à população que suspenda, por enquanto, a dádiva de bens alimentares e medicamentos, na sequência do incêndio que deflagrou sábado em Pedrógão Grande, por terem já "todos os 'stocks' lotados".
© Global Imagens
País Incêndios
"Agradecemos do fundo do coração mas não recolham mais alimentos para entrega enquanto não houver uma nova comunicação da Liga dos Bombeiros Portuguese, caso volte a haver necessidade", disse Jaime Marta Soares.
Segundo o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), os 'stocks' estão lotados nos três quartéis de bombeiros de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
"Quando sentirmos que existe necessidade, voltaremos a fazer esse chamamento. Ontem havia a até dei indicação para que fosse doada fruta e barras energéticas. Veio uma quantidade imensa e o 'stock' está lotado, ultrapassando os limites", frisou.
O presidente da LBT explicou que se estas dádivas não forem devidamente ordenadas e controladas deixam de resultar, tornando-se complicadas de gerir.
O apelo da Liga dos Bombeiros Portugueses surge um dia depois de a ministra da Administração Interna ter feito declarações no mesmo sentido.
"Estamos a assistir a uma enorme vaga de solidariedade e é de louvar. No entanto, eu queria fazer um apelo: O facto de as pessoas estarem a dar muitos mantimentos está neste momento a causar-nos algumas dificuldades de logística porque ficámos com excesso de alimentação", disse aos jornalistas Constança Urbano de Sousa.
"As necessidades neste momento estão cobertas e seria necessário que se suspendesse esta vaga", disse a ministra, que reconheceu que esta situação em Pedrógão Grande "é muito difícil" e apelou "ao sentimento de solidariedade das pessoas", que "agradeceu profundamente".
O fogo, que deflagrou às 13:43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
O último balanço dá conta de 62 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.
O Governo decretou três dias de luto nacional, até terça-feira.
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