Maioria proporciona "estabilidade política"
O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje relevante para a União Europeia as "condições de estabilidade política" que proporciona a maioria obtida pelo Presidente Emmanuel Macron nas eleições legislativas de domingo em França.
© Reuters
Mundo França
Augusto Santos Silva, contactado telefonicamente pela Lusa para o Luxemburgo, onde participa numa reunião de ministros da União Europeia (UE), frisou no entanto que a segunda volta das legislativas francesas "não era tão crítica" como a segunda volta das presidenciais (07 de maio) nem, por essa razão, tão importante para Portugal ou para a Europa.
"Como ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal não me pronuncio sobre os aspetos de política interna de França (...). O que posso dizer é que, no quadro da UE, é importante constatar que a França tem hoje condições de estabilidade política para que o novo Governo possa desenvolver o programa de reformas que se propôs fazer", disse o chefe da diplomacia portuguesa.
"O ponto do ciclo eleitoral francês em que o interesse nacional português se cruzava com esse ciclo era a segunda volta das eleições presidenciais, porque estava em causa uma opção entre a retirada da França da UE ou, pelo contrário, um investimento claro da França na integração europeia", explicou, reforçando que a aposta europeia "interessava ao Governo português, porque [corresponde ao] interesse nacional português e da Europa no seu conjunto".
Questionado sobre o significado da abstenção recorde registada nas legislativas francesas, 57,4%, Augusto Santos Silva considerou que ela não é relevante nem suscita qualquer dúvida sobre a legitimidade da nova câmara baixa do Parlamento.
"A regra básica de uma democracia é que conta o voto daqueles que participam. Portanto, a legitimidade política da nova Assembleia Nacional francesa não está em nada beliscada pelo valor da abstenção", disse.
"Claro que, também numa perspetiva europeia, valorizamos a participação cívica e política dos nossos cidadãos [...], [mas] era evidente para todos que a segunda volta das eleições legislativas não era tão crítica como a segunda volta das eleições presidenciais e as pessoas tendem a ser racionais nos seus comportamentos e a participar mais quando compreendem que o seu voto é mais decisivo e menos quando compreendem que a escolha não parece tão decisiva", afirmou.
O partido do Presidente centrista Emmanuel Macron, A República Em Marcha, e o aliado MoDem, obtiveram no domingo uma maioria absoluta confortável na Assembleia Nacional, elegendo 350 dos 577 deputados da câmara.
A votação registou um nível de abstenção recorde, de 57,4% dos eleitores.
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