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Confiar à Líbia resgate de refugiados põe vidas em risco

A organização Human Rights Watch (HRW) instou hoje a União Europeia (UE) a manter os dispositivos de salvamento de imigrantes e refugiados no Mar Mediterrâneo e defendeu que confiar essas operações à Líbia "põe vidas em risco".

Confiar à Líbia resgate de refugiados põe vidas em risco
Notícias ao Minuto

11:06 - 19/06/17 por Lusa

Mundo Human Rights Watch

um erro grosseiro que os países da UE confiem a vida de quem necessita de ser resgatado às forças da Guarda Costeira da Líbia quando existem alternativas seguras", afirmou Judith Sunderland, diretora associada para a Europa e Ásia Central da organização de defesa dos direitos humanos.

A HRW defendeu que os países da UE "não podem entregar às forças líbias" as operações de resgate em águas internacionais, argumentando que a ideia pensada com o sucedido a 10 e 23 de maio último.

Nesses dois dias, prosseguiu Sunderland, ficou patente que os barcos líbios não dispunham, por exemplo, de botes salva-vidas, o que inviabilizou várias tentativas para resgatar imigrantes de embarcações sem condições para navegar em alto mar.

Segundo a HRW, que gravou em vídeo a tentativa de resgate de 23 de maio, a Guarda Costeira líbia disparou vários tiros para o ar mas também para a água, onde se encontravam pessoas que, em pânico, procuravam fugir aos disparos.

"Regra geral, as forças líbias desembarcam ao longo da costa as pessoas resgatadas ou intercetadas no mar. Uma vez desembarcadas, são confrontadas com detenções arbitrárias em condições deploráveis, além de serem expostas a abusos graves, já amplamente documentos, como trabalho forçado, torturas e violência sexual", acrescentou Judith Sunderland.

Para a HRW, as autoridades líbias "não têm capacidade, formação e equipamentos adequados para efetuar resgates seguros".

A organização de defesa dos direitos humanos defendeu que, na reunião de quinta e sexta-feira próximas em Bruxelas, os Estados membros da UE têm de ratificar o compromisso de levar a cabo as operações de busca e resgate no Mediterrâneo central.

"Devem, no mínimo, e no contexto da própria cimeira, tomar a decisão de desenhar e manter um sistema em que assumam e conservem o comando de todas estas operações de resgate em águas internacionais", lê-se no comunicado.

"Têm também de "renovar esforços" para que possam também operar em águas líbias", acrescenta-se.

Desde o início de 2014 e até 01 deste mês, segundo dados da HRW, morreram ou foram dados como desaparecidas no Mediterrâneo mais de 12.000 pessoas, enquanto outras 60.000 foram, só este ano, resgatadas e transportadas para Itália.

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