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Presidente da Liga de Bombeiros defende "emparcelamento" da floresta

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses defendeu hoje a necessidade do "emparcelamento" da floresta portuguesa, e admitiu que o incêndio em Pedrógão Grande, apesar da origem natural apontada, teve "mão humana".

Presidente da Liga de Bombeiros defende "emparcelamento" da floresta
Notícias ao Minuto

17:02 - 18/06/17 por Lusa

País Pedrógão Grande

"Nós para prepararmos uma floresta, com um mosaico florestal, com espécies autóctones, com linhas corta-fogo, temos de emparcelar", afirmou Jaime Marta Soares, em declarações à agência Lusa.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses acrescentou que "não pode haver planeamento e ordenamento sem emparcelamento", que "mexe com os interesses de muita gente".

O antigo presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares salientou que os problemas da floresta estão a montante e que não se trata de "pôr em causa a propriedade privada, que essa é sagrada na Constituição Portuguesa", mas que é preciso "fazer ver às pessoas que o coletivo tem de se sobrepor ao individual, doa a que doer".

"Há que criar na sociedade portuguesa uma nova cultura, porque isto é um problema cultural, uma nova cultura que leve as pessoas a entender que isto não pode acontecer, porque agora não são só os bens materiais, perderam-se vidas humanas, o país está mais pobre, o país está a chorar, o país está a sofrer", frisou Marta Soares.

Questionado sobre a origem do incêndio, que as autoridades atribuem a uma trovoada seca, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses admitiu que não terá sido apenas essa a causa para o sinistro que está a devastar Pedrógão Grande e outros dois municípios do distrito de Leiria.

"Havendo ignições que foram fruto da trovoada, não tenho dúvidas nenhumas, mas este incêndio tenho para mim que teve origem em mão humana, que só depois de ele já estar a deflagrar é que nós tivemos essa situação da trovoada, não foi inicialmente", afirmou Marta Soares.

O dirigente dos bombeiros assegurou que "o fogo já estava a desenvolver-se com grande força, quando efetivamente houve várias ignições" fruto das trovoadas, mas reconheceu que "não será o momento para estar a analisar" a questão.

Para Jaime Marta Soares será, no entanto, indispensável fazer uma "profunda reflexão" sobre o estado da floresta, deixando o desafio para que, após o período de combate às chamas e de assistência às populações, se pare "para pensar".

O fogo deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas.

Segundo o último balanço feito hoje, o incêndio provocou pelo menos 61 mortos e 54 feridos.

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