Viana cria roteiro para mostrar arte de colar milhares de pétalas
A arte popular de confeção dos andores floridos das festas de Alvarães, em Viana do Castelo, com milhares de pétalas fixadas com uma cola feita à base de farinha e água, dá o mote para o roteiro que decorre, na sexta-feira à noite.
© Reuters
Cultura Viana do Castelo
Intitulada 'Roteiro dos Andores' a iniciativa conduz o visitante, através de uma placa explicativa, permitindo-lhe conhecer o tema e a história de cada um dos andores que desfilam no domingo pelo centro da freguesia.
"Ao longos dos anos temos sentido que as pessoas querem ver de perto esta arte e até participar e, por isso, este ano, decidiu-se criar o roteiro e proporcionar este convívio", explicou, presidente da Junta de Freguesia de Alvarães, Fernando Martins.
Aquela tradição, com mais de 70 anos cumpre-se, anualmente, na Festa de Santa Cruz e Andores Floridos, que começa na sexta-feira e decorre até domingo.
Os 11 andores são confecionados com pétalas fixadas com uma cola feita à base de farinha e água. A humidade daquela mistura permite que os milhares de pétalas utilizadas permaneçam "viçosas e coloridas" durante vários dias, preservando o "cheiro" de cada flor, que também caracteriza aqueles andores.
Um trabalho minucioso que através da conjugação das cores e texturas das pétalas forma desenhos temáticos, transformando os andores em verdadeiras obras de arte popular.
O trabalho de confeção tem lugar, normalmente, no pátio das casas dos mordomos. Começa às 20:00 de sexta-feira e só é dado por concluído na madrugada de sábado.
Chegam a juntar-se, à volta de cada um deles, três dezenas de "artífices", gente de todas as idades e profissões que, pétala a pétala, dá forma a vários motivos religiosos, paisagísticos e monumentais.
No domingo, os andores são levados em procissão aos ombros dos mordomos, para admiração dos milhares de forasteiros que todos os anos se deslocam a Alvarães para apreciar aquelas autênticas obras de arte popular.
Os andores e cruzes floridas, ex-líbris de Alvarães são uma tradição que data de 1946. Nessa altura, foram confecionados com flores naturais para coroação da Senhora de Fátima. A ideia foi tão bem acolhida pela população que se mantém viva até aos dias de hoje.
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