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Tai-chi nos jardins de Lisboa ajuda a combater solidão dos idosos

O tai-chi é uma arte milenar chinesa que agora se transferiu para vários jardins de Lisboa e hoje esteve na Mata de Benfica a ajudar a diminuir a solidão e o isolamento de alguns idosos.

Tai-chi nos jardins de Lisboa ajuda a combater solidão dos idosos
Notícias ao Minuto

15:47 - 31/05/13 por Lusa

País Notícias

A iniciativa insere-se no programa “Viver Melhor”, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que desde o dia 22 de maio promove, em vários jardins da cidade de Lisboa, aulas de tai-chi taoista, ginástica e ginástica localizada para os mais idosos, mas também para todas as pessoas que queiram aderir.

Hoje é dia de tai-chi taoista na Mata de Benfica, uma prática milenar que, tal como explicou à Lusa um dos professores, funciona a partir de movimentos “muito suaves de contração e expansão” que ajudam a trabalhar os sistemas cardiovascular e imunitário e a reforçar a estrutura óssea, entre outros benefícios.

“O tai-chi é uma prática que está aconselhada em particular às pessoas seniores porque diminui bastante os efeitos de algumas doenças (…) e é muito recomendado para pessoas com ‘parkinson’, osteoporose. Aumentar o equilíbrio, fortalecer a estrutura óssea e manter uma harmonia e vitalidade grande no corpo é tudo o que as pessoas desta idade querem”, adiantou Pedro Lopes.

Vantagens que Quirino Branco, 45 anos, sentiu, apesar de ser a primeira vez que praticou tai-chi.

“É uma coisa relaxante, que se faz tranquilamente. É muito bom porque contacto com a natureza, com a vida em si e isso faz-me muito bem”, disse à Lusa, acrescentando que é também uma forma de “conviver saudavelmente”.

Já para Cremilde Alves, 72 anos, esta é uma forma de ocupar o pouco tempo livre que tem enquanto não se ocupa dos bisnetos: “Isto é muito bom porque obriga a sair de casa e vou para o convívio”.

Natália Henriques, 72 anos, por seu lado, admitiu não saber o que é o tai-chi, mas disse sentir que lhe fez bem aos ossos: “E eu preciso muito, que me doem muito as articulações”.

Rosinda Teixeira, 76 anos, diz não ter família e que está sozinha depois de ter ficado viúva e lhe terem morrido os filhos. Admite que teve dificuldade com alguns exercícios porque não tem forças nos braços, mas quando lhe perguntam se gostou, responde rapidamente: “Gostei muito”.

À Lusa, a diretora do departamento de ação social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) explicou que o programa “Viver Melhor” surge na sequência do programa Intergerações, em que a instituição tentou fazer um levantamento dos idosos isolados e desconhecidos da rede social.

“Chegámos à conclusão que há um grupo grande de pessoas que necessitam de um olhar atento, mas que não estão apoiadas por nenhuma rede, nem querem, e considerámos que talvez fosse uma maneira de os ter connosco, encontrando algumas atividades chamativas que eles considerassem interessantes”, apontou Rita Valadas.

No decorrer do levantamento, a SCML identificou mais de 500 situações de pessoas a precisarem de algum tipo de apoio. As mais graves foram encaminhadas, mas para outras a solução estava no convívio e na convivência com outras pessoas.

“Para isso é necessário desenvolver atividades em que a vizinhança é reconhecida e se nós criarmos atividades na proximidade, as pessoas vêm ter connosco e acabam por se conhecer, ficam menos sós e é mais difícil que fiquem sozinhas em casa”, apontou a responsável.

O programa “Viver Melhor” decorre até ao final do ano, havendo todas as semanas, às segundas, quartas e sextas, atividades espalhadas pela Alameda D. Afonso Henriques, Jardins de Belém, Vale do Silêncio, Mata de Benfica e Quinta das Conchas.

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