Elvas investiga queixas de maus-tratos no canil e disputa com voluntários
Após anos a aceitar trabalho de voluntários, canil de Elvas decidiu suspendê-lo. Associações denunciam maus-tratos.
© IRA
País Inquérito
A autarquia de Elvas vai instaurou um inquérito para investigar o que se passa no canil municipal da cidade.
À redação do Notícias ao Minuto chegaram denúncias de entidades diferentes que alertavam para as más condições do canil e para o facto de o acesso ao espaço estar agora interdito a voluntários.
Ao Notícias ao Minuto o veterinário municipal Nuno Caldeira Fernandes confirma interdição feita aos voluntários mas recusa explicar o que a motivou devido ao inquérito em curso.
“Durante dois anos [os voluntários] circularam pelas instalações, dei-lhes a chave e toda a liberdade para entrar inclusive no meu gabinete, para lavarem as mãos, por exemplo, e eu a pensar que em boa fé […] houve uma situação que estava a correr mal”, comenta apenas.
Nuno Caldeira Fernandes diz-se “de ombros leves” e seguro da decisão de suspender temporariamente o trabalho voluntário. “Não há nada que me possa arrepender, não faria nada de outra forma”, garante.
Por sua vez os voluntários queixam-se da forma como o espaço é mantido na sua ausência.
Foi apresentada uma queixa formal pelo GIRA - Grupo de Intervenção e Resgate Animal no DIAP de Elvas, que denunciou a situação nas redes sociais.
Também o grupo IRA - Intervenção e Resgate Animal divulgou na sua página de Facebook fotografias que mostram falta de limpeza do espaço, animais amarrados com cordas e com feridas visíveis e com indícios de doença, fezes com sangue, ratos mortos e seringas no chão.
Em declarações ao Notícias ao Minuto, fonte desta organização acusa os funcionários do canil de descurarem as condições dos animais por “pura negligência”.
Por sua vez, o movimento Movido a 4 Patas diz que tenciona fazer chegar uma queixa ao Ministério da Agricultura a propósito da situação relatada.
O veterinário municipal garante que as limpezas do canil são diárias, mas é normal que os animais tornem a sujar o espaço. Quanto à condição dos animais, diz que chegam ao canil em mau estado, vítimas de abandono ou da vida nas ruas, e doentes, sendo ali sujeitos a tratamento.
Há neste momento sete cães no estabelecimento e Nuno Caldeira Fernandes diz-se orgulhoso da forma como o canil tem promovido a adoção em vez da eutanásia.
Após a divulgação das fotografias a cadela que aparecia pelas imagens presa por uma corda já foi adotada. “É caso para dizer Deus escreve direito por linhas tortas”, diz o veterinário.
[Notícia atualizada às 17h00 de dia 27/04/2017]
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