Dirigentes económicos mundiais atacam protecionismo em reunião do FMI
Dirigentes económicos mundiais fizeram hoje um novo requisitório contra o protecionismo e a favor do comércio internacional, que está fragilizado pela administração Trump e o impacto do 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia).
© Getty Images
Economia Comércio
Ao abrir a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, a diretora-geral daquele, Christine Lagarde, resumiu a mensagem: "Não se deve ameaçar o motor do comércio".
Este apelo não é novo, mas assume uma ressonância particular perante as difíceis negociações sobre o Brexit e a mudança de época nos EUA, mas também quando faltam poucos dias para a primeira volta nas eleições presidenciais francesas, onde vários candidatos, desde logo a da extrema-direita, Marine Le Pen, atacam a integração europeia e o comércio livre.
Uma vitória da líder da Frente Nacional pode provocar uma "desordem importante" e uma "deslocação" da União Europeia, estimou a francesa Lagarde, rompendo com a sua tradicional prudência quando se exprime sobre a França.
Segundo os apoiantes do comércio livre, um aumento do protecionismo pode matar à nascença uma recuperação económica que parece afirmar-se dez anos depois da crise financeira de 2008, nos EUA.
Pela primeira vez em dois anos, o FMI reviu em alta, esta semana, as suas previsões económicas mundiais, mencionando um novo élan.
"Em termos gerais, nós beneficiámos" da intensificação das trocas, estimou o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, cujo país preside este ano ao grupo das 20 principais economias desenvolvidas e emergentes (G-20).
Os ministros do G-20, presentes em Washington, deverão saudar esta tendência durante um jantar na noite de quinta-feira, a que se vai seguir na sexta-feira uma conferência de imprensa.
Mas há um perigo que paira sobre a economia mundial e que é precisamente o do isolacionismo e nacionalismo
Na Europa, as negociações sobre o Brexit começaram em contexto tenso e podem conduzir a uma fragmentação do continente, conjugada com um regresso a fronteiras económicas rígidas.
Do outro lado do Atlântico, a Casa Branca, sob a bandeira do "América Primeiro", continua a ameaçar subir as barreiras alfandegárias e denunciar o comércio livre.
No centro dos ataques dos EUA, a Organização Mundial do Comércio, também se pronunciou. O seu secretário-geral, Roberto Azevedo, em comunicado divulgado durante a assembleia do FMI, declarou: "O protecionismo reduz o poder de compra, desencoraja a inovação e prejudica a competitividade das empresas".
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