Conselho da Europa alerta para aumento do populismo autoritário
O secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland, alertou hoje para o aumento do populismo autoritário, que "prejudica a democracia, reduz o pluralismo, destrói o Estado de Direito e a liberdade de imprensa e questiona o controlo internacional".
© Reuters
Mundo Thorbjorn Jagland
Num encontro com a imprensa, Jagland considerou que o populismo está mais nas mensagens que nas pessoas ou nos partidos, mas citou como exemplos a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, e algumas medidas dos governos da Hungria e da Turquia.
A estratégia política populista é visível, sustentou, nas notícias falsas contra o sistema ou nos dirigentes que se apresentam com uma autoridade moral exclusiva.
Tentar restabelecer a pena de morte na Turquia "é um ato populista", disse Jagland, ao alertar para os perigos que enfrenta a democracia na Europa.
Questionado sobre se considera populistas partidos de esquerda como o Podemos espanhol ou o Syriza grego, Jagland afirmou que nunca viu os dirigentes daqueles movimentos "atacar abertamente as instituições europeias, como faz Le Pen em França".
Jagland falava após a apresentação do relatório do Conselho da Europa "Populismo? Os contra-poderes europeus são suficientemente fortes?".
O documento, publicado hoje, explica que o populismo "explora o descontentamento popular e invoca a vontade de um povo monolítico para se colocar acima das instituições democráticas".
O relatório questiona, por outro lado, a independência e imparcialidade dos sistemas judiciais, "expostos a influências políticas", e lamenta "as restrições à livre manifestação pacífica", "a vigilância que os serviços de informações exercem sobre os cidadãos" e as "novas ameaças contra a integridade dos processos eleitorais" na Europa.
Relativamente à crise migratória, o texto destaca os problemas colocados pelo encerramento de fronteiras, a rutura do princípio da não-expulsão e as detenções administrativas.
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