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Os 'pequenos' candidatos, da esquerda à direita

Os sete candidatos à presidência francesa com menos popularidade representam um amplo leque, do socialista ao nacionalista, passando por dois 'trostskistas', dois eurocéticos a favor do 'Frexit', um dos quais defensor da colonização da lua.

Os 'pequenos' candidatos, da esquerda à direita
Notícias ao Minuto

10:55 - 20/04/17 por Lusa

Mundo Presidenciais

De entre os 'pequenos' destaca-se Benoît Hamon, um histórico do histórico Partido Socialista francês cuja frágil posição nas sondagens marca a diferença em relação a toda uma tradição política.

Nas sondagens, Hamon não chega aos 10% das intenções de voto, metade das registadas pelos quatro principais candidatos -- Marine Le Pen (extrema-direita), Emmanuel Macron (centro), Jean-Luc Mélenchon (esquerda) e François Fillon (direita) -- com percentagens entre os 19 e os 23 pontos.

O 'trotskista' Philippe Poutou, candidato pelo Novo Partido Anticapitalista (NPA), ganhou projeção mediática no debate televisivo de 5 de abril, a 11, com respostas como a que lançou a Le Pen: "Quando somos convocados pela polícia, não temos imunidade operária", numa alusão à imunidade parlamentar da líder da extrema-direita no caso de alegado financiamento ilegal do partido com fundos europeus.

Mecânico numa fábrica da Ford, Poutou, 50 anos, diz que não pretende ser eleito presidente, mas "dar visibilidade ao movimento anticapitalista".

Entre as propostas que apresentou, figuram a redução da semana de trabalho para 32 horas, o aumento do salário mínimo para 1.700 euros e o abandono da energia nuclear.

O nacionalista Nicolas Dupont-Aignan, 57 anos, afirma situar-se entre o candidato da direita, François Fillon, e a líder da extrema-direita, Marine Le Pen.

Presidente do partido Debut La France (A França de Pé), fez da Europa tema central da campanha, propondo a saída do euro ou a reforma dos tratados europeus para devolver "a soberania" aos países.

Dupont-Aignan, a quem as sondagens atribuem cerca de 5% das intenções de voto, fez parte de vários governos enquanto membro da União para um Movimento Popular (UMP), até se zangar com o então presidente, Nicolas Sarkozy, em 2007.

No lado oposto do espetro político está Nathalie Arthaud, 47 anos, professora numa escola secundária dos arredores de Paris e candidata do partido 'trotskista' Luta Operária.

De discurso mais teórico que Poutou, Arthaud também não quer ser eleita para o Eliseu, mas "fazer ouvir" o ponto de vista dos trabalhadores.

Uma das duas únicas mulheres candidatas, com Le Pen, Arthaud incluiu no seu programa a nacionalização dos bancos e das fábricas, a baixa da idade da reforma para os 60 anos e o aumento do salário mínimo para os 1.800 euros.

Outro candidato, Jean Lassalle, 62 anos, é um antigo pastor que se apresenta como representante do mundo rural e alguém "preparado para enfrentar Trump e Putin" graças à sua experiência com lobos e ursos.

Natural de uma aldeia no norte dos Pirenéus, o líder do movimento Résistons! (Resistamos!) foi eleito em 1977 presidente da câmara de uma localidade com 160 habitantes e é desde 2002 deputado pela região Pirenéus Atlânticos.

Crítico da globalização e partidário de uma "ecologia humanista", quer voltar ao modelo regional francês anterior a 2015 e renegociar os tratados da União Europeia para criar uma "Europa das nações".

Depois do debate a 11, o seu nome foi o mais pesquisado na internet, segundo o Google Trends.

O candidato mais radical em matéria europeia é François Asselineau, defensor de uma saída rápida de França da UE -- o Frexit -, porque a União está sob "uma tripla ditadura da Comissão Europeia, da NATO e do Banco Central Europeu".

Asselineau, 59 anos, fundou em 2007 a União Popular Republicana.

Outro dos aspirantes minoritários é o franco-argentino Jacques Cheminade, várias vezes aspirante à presidência. Depois de em 1981 e 1988 não ter conseguido reunir as assinaturas necessárias, obteve-as em 1995 e em 2012, mas em nenhum dos casos foi além dos 0,25% dos votos.

Aos 75 anos, Cheminade é também o candidato mais velho, propondo a saída do euro e da UE, a separação entre bancos de depósitos e bancos de crédito, a nacionalização das empresas estratégicas e o lançamento de um programa de colonização espacial.

A primeira volta das presidenciais de França realiza-se no domingo, 23 de abril. Os dois candidatos mais votados disputam uma segunda volta, marcada para 7 de maio.

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