"Desenvolvimento também reside em áreas que têm sido esquecidas"
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu hoje que o desenvolvimento também reside em áreas como as artes e as humanidades e não apenas na matemática ou nas engenharias.
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Política Catarina Martins
"Queremos um país verdadeiramente qualificado e capaz de inovação e de olhar para o conhecimento como um todo: compreender que o desenvolvimento reside também em áreas que têm sido esquecidas, como as artes e humanidades", sustentou.
Durante uma palestra intitulada "Teatro das Visões", Catarina Martins sublinhou que quando um país deixa de apostar nas artes e nas humanidades "deixa de querer construir capacidades novas de pensar e a inovação está em risco".
"É por isso que reclamamos que Portugal deve ser um país muito mais qualificado, em que muito mais pessoas tenham acesso à educação, apesar das questões graves como são o preço das propinas e o baixo salário dos pais", acrescentou.
Ao longo da sua intervenção, a atriz e co-fundadora da Companhia de Teatro de Visões Úteis apontou que se vivem tempos em que pouco se tem falado da importância da arte na vida das pessoas.
"A cultura e a arte são o território por excelência de nós nos conhecermos, para deixarmos de ter fantasias uns sobre os outros, para não andarmos em guerra sobre o que não interessa, compreendermos verdadeiramente onde estão os problemas e como devem ser atacados", destacou.
Ao longo da sua intervenção, Catarina Martins referiu que o acesso e direito à cultura "é a melhor forma de construir respostas para um mundo que tem desafios cada vez mais complexos".
"Não há ninguém que não perceba como é importante a matemática e as engenharias. Mas o que nós temos de saber também é que nós não fazemos nada se o conhecimento for isolado e nas artes temos a transversalidade do conhecimento que verdadeiramente muda as nossas cabeças", frisou.
Catarina Martins deu o exemplo de que, nos dias de hoje, quando começa uma série ou uma telenovela, as pessoas conseguem situá-las no tempo e no espaço, mesmo sem ter um interlocutor a fazê-lo previamente, como acontecia há cem anos.
"Hoje as nossas cabeças são capazes de o fazer, houve uma alteração extraordinária na nossa capacidade de comunicação, de relacionar conhecimentos e de olhar para a vida toda de uma forma diferente. E não foi graças a um engenheiro, mas a um dramaturgo", concluiu, referindo-se a Henrik Ibsen, que passou a escrever peças de teatro sem introdução.
A palestra "Teatro das Visões" foi organizada por um grupo de alunos das licenciaturas em Animação Cultural, Comunicação Social e Artes Plásticas e Multimédia da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV). A iniciativa integra-se na semana cultural intitulada "Educultura", dinamizada pela Associação de Estudantes da ESEV.
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