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‘A Encomenda Prodigiosa’ vai "reconstituir realidade perdida"

A exposição "A Encomenda Prodigiosa", com cerca de 200 obras, que inaugura no sábado no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, visa "reconstituir uma realidade perdida" com o Terramoto de 1755.

‘A Encomenda Prodigiosa’ vai "reconstituir realidade perdida"
Notícias ao Minuto

14:25 - 17/05/13 por Lusa

Cultura Exposição

A mostra, segundo o diretor do MNAA, António Filipe Pimentel, também um dos comissários da exposição, vai evocar a "encomenda prodigiosa" artística feita pelo rei D. João V, no século XVIII, um período áureo da monarquia portuguesa.

"É um conjunto sumptuoso e vastíssimo de obras que vai permitir uma viagem arqueológica no tempo", salientou o diretor do MNAA durante uma visita guiada aos jornalistas sobre este "projeto ambicioso", uma das mais importantes exposições do museu previstas para este ano.

Entre as cerca de 200 peças estarão desenhos, pinturas, mobiliário, escultura, paramentaria, ourivesaria e têxteis.

"A Encomenda Prodigiosa", exposição também comissariada por Teresa Vale, vai ficar dividida entre aquele museu e a Igreja e Museu de São Roque da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

As obras são provenientes da coleção do museu e de três dezenas de instituições nacionais, de coleções particulares e de várias instituições internacionais, como o Museu La Certosa di San Martino, em Nápoles.

Também constam obras da Biblioteca Nazionale Universitaria e do Palazzo Madama-Museo Civico D’Arte Antica, de Turim, em Itália, e do Szépm?vészeti Múzeum (Museu de Belas Artes), em Budapeste, na Hungria.

António Filipe Pimentel salientou ainda a "colaboração extraordinária do Patriarcado de Lisboa" para esta mostra que resulta "do exame dos vários vestígios de um tesouro excecional".

Serão mostrados, pela primeira vez em Portugal, os projetos de Luigi Vanvitelli, para o Palácio Real da Ribeira (1717-18), e de Filippo Juvarra, para um Farol e para o Palácio Patriarcal de Lisboa (1719), além do projeto original de Salvi e Vanvitelli, para a Capela de São João Batista.

A exposição no MNAA evoca a época da subida ao trono de D. João V, em 1706, "reunindo legitimidade dinástica, condições financeiras e um temperamento solar, reforçado pela juventude dos seus 18 anos incompletos", enquadrou o diretor.

Em resultado das relações políticas entre Portugal e a Santa Sé, foi conseguida a elevação da Capela Real a Basílica Patriarcal, em 1716, que viria a ser considerada uma das mais magníficas igrejas da Europa.

A Basílica Patriarcal foi “alimentada” por constantes encomendas a artistas estrangeiros e viria a ser destruída pelo incêndio, que consumiu Lisboa durante o Terramoto de 1755, embora uma extensão tenha sido poupada - a Capela de São João Batista, instituída na Igreja de São Roque, casa mãe da Companhia de Jesus, hoje propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Encomendada a Nicola Salvi, que ficou conhecido pelo projeto da Fonte de Trevi, em Roma, a Luigi Vanvitelli, e a vários artistas próximos da cúria papal, a capela formava, com a Patriarcal, um conjunto edificado sob a direção de João Frederico Ludovice (1673-1752), o arquiteto e ourives de origem germânica, ao serviço de D. João V.

Também amanhã, mas às 22:00, o MNAA inaugura a exposição "Olhares Contemporâneos: A Arca Invisível”, com obras dos artistas André Cepeda, José Pedro Cortes e Vasco Barata, resultado de uma residência da Fundação EDP, este ano, com curadoria de Delfim Sardo.

"A Encomenda Prodigiosa" vai estar patente de 18 de maio (com inauguração prevista para as 18:00) a 29 de setembro, no MNAA, e entre 27 de junho e 29 de setembro na Igreja e Museu de São Roque.

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