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Europa atenta a 'finalíssima' das presidenciais austríacas

A Áustria realiza no domingo a segunda volta de eleições presidenciais, cujos resultados são imprevisíveis e poderão ter consequências para o futuro da União Europeia.

Europa atenta a 'finalíssima' das presidenciais austríacas
Notícias ao Minuto

10:01 - 02/12/16 por Lusa

Mundo Domingo

As sondagens mais recentes dão um empate técnico entre Norbert Hofer, candidato do partido de extrema-direita FPÖ, e Alexander Van der Bellen, independente ligado aos Verdes. Na primeira volta das eleições, Hofer obteve uns surpreendentes 35 por cento e Van der Bellen 22 por cento, enquanto os candidatos dos partidos tradicionais do centro tiveram pouco mais de 10 por cento cada um.

Van der Bellen triunfou por décimas na segunda volta, a 22 de maio, mas o Supremo Tribunal austríaco decretou a repetição do voto. Entretanto, o Reino Unido decidiu em referendo abandonar a União Europeia, e Donald J. Trump foi eleito Presidente dos Estados Unidos.

Hofer e o FPÖ estão próximos da linha ideológica do Brexit, de Trump e do Presidente russo, Vladimir Putin. No último debate com Van der Bellen, Hofer declarou que "não haverá Auxit". No entanto, o engenheiro de 45 anos defendeu em campanha um referendo à saída da UE se a União "optar pela centralização" ou permitir a adesão da Turquia.

Por sua vez, Van der Bellen, economista de 72 anos, centrou a fase final da sua campanha na defesa da unidade europeia. O candidato próximo dos Verdes rejeita o populismo "trumpista", prometendo "responsabilidade em vez de extremismo".

A candidatura de Norbert Hofer procurou projetar uma imagem de moderação na segunda fase da campanha.

Os seus cartazes durante a primeira volta tinham o logótipo do FPÖ e eram idênticos aos usados pelo partido em outras eleições. Na maior parte deles, Hofer aparecia ao lado do chefe do FPÖ, Heinz-Christian Strache. Nos comícios, era Strache e não Hofer o último a discursar.

Em contraste, na campanha para a repetição da segunda volta, Strache e o FPÖ não aparecem.

A vitória de Hofer seria mais um passo no sentido do que o jornal vienense "Der Standard" descreveu como a "destabuização" da extrema-direita austríaca.

O resultado de Hofer na primeira volta levou à demissão do chanceler socialista Werner Faymann. O governo de coligação entre centro-direita e centro-esquerda manteve-se, agora chefiado por Christian Kern, outro socialista. Ao contrário de Faymann, que sempre rejeitara explicitamente a possibilidade de governar com o FPÖ, Kern fez aberturas em relação ao partido de extrema-direita, culminando num debate "amigável" recente na emissora pública austríaca.

As sondagens mostram que o FPÖ venceria claramente eleições legislativas se elas se realizassem agora. As próximas estão previstas para 2018, mas é possível que sejam antecipadas.

No sistema político austríaco, o poder concentra-se nos governos das nove regiões e no executivo federal. Tal como em Portugal, a autoridade do Presidente é limitada, mas o chefe de Estado tem ainda assim poderes significativos. Para além da "magistratura de influência", o Presidente pode, em certas condições, dissolver o parlamento e convocar eleições.

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