Angola compra antirretrovirais para dar a 90 mil seropositivos
O ministro da Saúde de Angola admitiu hoje a insuficiência de antirretrovirais no país para assistir, de forma gratuita, mais de 90.000 pessoas seropositivas que são acompanhadas.
© Lusa
Mundo Sida
Luís Gomes Sambo presidiu, em Luanda, ao ato central das comemorações do Dia Mundial de Luta contra o HIV/SIDA, que hoje se assinala, tendo rejeitado um cenário de rutura de antirretrovirais no país, salientando que o ministério está em processo de aquisição dos mesmos.
"Em breve teremos os 'stocks' em quantidades suficientes", disse Luís Gomes Sambo, sem adiantar números, em declarações à rádio pública angolana.
Segundo o titular da pasta da Saúde em Angola, com a nova estratégia adotada pelas autoridades sanitárias, de reforço e melhoria dos testes e tratamento, "as necessidades aumentam".
"E é preciso também termos a capacidade orçamental para acompanharmos essas necessidades", frisou.
Acrescentou que Angola começou já a implementar a estratégia mundial para diagnosticar 90% das pessoas que vivem com o HIV, tratar com antirretrovirais e manter o mesmo número em tratamento.
"Nós já fizemos este exercício e decidimos iniciar com a nova estratégia de '90 90 90' na província de Luanda, na medida das nossas possibilidades. Também contamos com a compreensão e cooperação de agências internacionais que connosco trabalham", referiu.
A Rede Angolana das Sociedades de Serviços de SIDA (ANASO) alertou para a situação preocupante do HIV/SIDA em Angola, que apesar da taxa de prevalência se manter nos 2,4% da população (mais de meio milhão de pessoas), a situação poderá atingir níveis dramáticos, caso não se faça nada nos próximos cinco anos.
Em comunicado para assinalar a data, a ANASO referiu que Angola é um país com uma epidemia generalizada, sendo as relações sexuais desprotegidas a principal via de transmissão do vírus, que afeta sobretudo mulheres.
O documento assinala ainda que a luta contra a doença no país lusófono já leva mais de 30 anos, com ganhos significativos, mas ainda é necessário fazer-se mais.
"O atual quadro caracteriza-se pela redução das campanhas públicas, redução das ações de apoio às pessoas vivendo com VIH, escassez de antirretrovirais, poucos fundos disponíveis, fraco envolvimento das figuras públicas e fraca liderança", refere a nota.
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