Câmara manifesta total apoio a alargamento do passe social intermodal
A Câmara de Lisboa manifestou hoje "total apoio" ao alargamento do passe social intermodal a todos os transportes públicos da Área Metropolitana defendido pelo PCP, salientando que a municipalização da rodoviária Carris "vai favorecer" esta integração.
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País Lisboa
Na reunião pública de hoje, a vereação do PCP apresentou uma moção para afirmar o "interesse e disponibilidade [da autarquia] para continuar a aprofundar o tema da melhoria da rede e oferta de transportes públicos na cidade, bem como das vantagens associadas à existência" deste título de transporte criado após o 25 de Abril de 1974.
No documento, aprovado por unanimidade (com o aval do PS e do movimento Cidadãos por Lisboa eleito nas listas socialistas, PCP, PSD e CDS-PP), os eleitos comunistas frisam a "má cobertura que o atual sistema de passe social intermodal oferece".
Intervindo na ocasião, o presidente do município, Fernando Medina (PS), manifestou o "total apoio" da autarquia à moção e solicitou a sua subscrição.
"A filosofia que o PCP apresenta relativamente ao passe é a filosofia central da política de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa, fundamental também para a cidade", considerou o autarca.
Relacionando esta posição com a municipalização da Carris, cuja gestão será assumida pelo município a partir de janeiro de 2017, Fernando Medina sublinhou que "não é possível resolver os problemas da mobilidade" olhando "de forma isolada para Lisboa".
"O que entendemos é que a municipalização é um passo que vai favorecer esta intermodalidade", referiu, destacando que no acordo celebrado com o Governo "está uma grande preocupação para que, no futuro, não haja entorses nem desvios" no passe intermodal.
Para isso, haverá uma integração do sistema através da bilhética, do tarifário e da informação dada aos utilizadores, precisou Fernando Medina.
O autarca de Lisboa sustentou também que "as empresas deviam ser proibidas" de ter títulos de transporte isolados.
Na apresentação da moção, o vereador comunista João Ferreira frisou que a Área Metropolitana Lisboa tem, atualmente, um "sistema de bilhética extremamente complexo", dispondo de mais de dois mil tipos de bilhetes.
No encontro, deveria ter sido apreciado o acordo de princípio para prosseguir a negociação com o Estado para o novo modelo de gestão da Carris, mas a votação acabou por ser adiada a pedido da oposição, que pretende mais esclarecimentos.
Para o eleito do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, "era importante que até à reunião de Câmara [em que vai ser apreciado o acordo] existisse o tal estudo de viabilidade económica da empresa para essa discussão".
"Penso que não estamos em condições de votar a proposta até que a informação seja disponibilizada", disse, reiterando críticas ao processo como o facto de os vereadores da oposição só terem tido conhecimento do memorando após ter sido assinado com o Governo.
O comunista João Ferreira realçou que a solução agora preconizada "se afasta da solução que chegou a ser discutida" em reuniões camarárias e acrescentou ser "convicção profunda do PCP que a municipalização da Carris [...] será um passo para a futura privatização ou concessão a privados da empresa".
Já o social-democrata António Prôa defendeu que devia ter havido um "acordo de regime" para o novo modelo de gestão da rodoviária, com contributos de todas as forças políticas.
Em resposta, Fernando Medina vincou que a oposição se está a "refugiar em questões de forma" e considerou tratar-se de "um acordo histórico para a cidade".
Sobre o processo, sustentou que "não há muito mais informações a disponibilizar", mas garantiu que a autarquia pretende, "com muita clareza, alocar os recursos necessários" à gestão da Carris para evitar situações de endividamento.
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