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Filantropa lusa obrigada a desistir de travessia do Canal da Mancha

A portuguesa Maria Conceição foi hoje obrigada a desistir de concluir a travessia do Canal da Mancha após sete horas de natação, devido às fortes correntes que se faziam sentir, anunciou a equipa de apoio na rede social Facebook.

Filantropa lusa obrigada a desistir de travessia do Canal da Mancha
Notícias ao Minuto

21:14 - 30/08/16 por Lusa

País Maria Conceição

"A Maria Conceição não acatou à primeira o conselho do piloto do barco de apoio, mas teve que tomar a atitude mais sensata e, ao fim de sete horas a nadar no Canal da Mancha, teve que parar a sua travessia - neste que era, a seu próprio ver, o desafio mais díficil a que já se tinha proposto - pois as correntes fortes demais colocavam em risco a sua vida, caso continuasse", lê-se na página no Facebook.

O objetivo era o de angariar fundos para a sua fundação no Bangladesh.

"A Maria sente-se muito frustrada por ter que interromper a sua travessia, mas claro, a sua integridade física está em primeiro lugar, e não é de somenos o tamanho esforço de nadar sete horas seguidas em águas abertas, com uma temperatura fria, numa das rotas marítimas mais movimentadas do mundo", salienta-se ainda na página da Fundação Maria Cristina.

A distância a vencer eram 32 quilómetros, entre o sul de Inglaterra e o norte de França. Maria da Conceição chegou a ter marcada a travessia para o passado sábado, mas foi obrigada a adiar devido ao mau tempo.

A principal meta da filantropa continua a ser angariar 140 mil libras (166 mil euros), para garantir o pagamento dos estudos de 172 crianças apoiadas pela Fundação Maria Cristina, fundada pela portuguesa há 11 anos e que já ajudou mais de 600 crianças e adultos do Bangladesh.

Primeira mulher portuguesa a subir o Evereste e detentora de três recordes mundiais de corrida, Maria Conceição aprendeu a nadar para atravessar o Canal da Mancha e ajudar as crianças do Bangladesh.

A constante necessidade de angariar dinheiro forçou-a a assumir mais este desafio, o que implicou, primeiro de tudo, aprender a nadar, no ano passado e, depois, habituar-se à água fria.

Em abril deste ano, instalou-se na ilha britânica de Jersey, e testou a resistência à água do mar, que naquele dia tinha uma temperatura de 10,4 graus centígrados.

Para um candidato à travessia ser aceite pela Associação de Natação do Canal tem de provar que consegue aguentar seis horas em água com menos de 15 graus centígrados.

Maria Conceição passou o exame no início de julho e passou por um rigoroso treino para esse novo desafio.

A travessia total do Canal pode durar entre cerca de sete e 27 horas, mas a filantropa portuguesa esperava conseguir completar o percurso em entre 18 e 20 horas.

Maria da Conceição tem seis recordes registados no livro de Guiness, incluindo três alcançados em 2014, quando levou a cabo o desafio 777, que consistia em correr sete maratonas em sete dias em sete continentes.

Já correu várias maratonas, subiu a montes como o Kilimanjaro, Elbrus, Kala Patear, Denali e Island Peak, alcançou o Polo Norte em 2011 e em 2013 tornou-se na primeira mulher portuguesa a alcançar o topo do Evereste.

Decidiu criar a Fundação Maria Cristina - inspirada na mulher que a acolheu em casa perante as dificuldades da mãe biológica - para auxiliar crianças do Bangladesh, evitando que sejam vítimas de trabalho ou casamento infantil.

Além de ajudar na educação básica para as crianças, a Fundação Maria Cristina financia estudos secundários de forma a fortalecer as bases de futuras carreiras que possam garantir o sustento das famílias e resgatá-las da pobreza.

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