Antigos trabalhadores do Casino Estoril protestam contra morosidade da justiça
Três dezenas de antigos trabalhadores do Casino Estoril protestaram esta quarta-feira em frente ao Tribunal de Cascais e criticaram a morosidade da justiça para decidir um processo judicial com o qual tentam impugnar um despedimento colectivo de 2010.
© Lusa
País Cascais
Os antigos trabalhadores alegam que estão a viver situações dramáticas, uma vez que alguns já não têm subsídio de desemprego e criticam o tempo que já decorreu desde a entrada de uma providência cautelar de impugnação do despedimento colectivo no Tribunal de Cascais, em 2010, e o facto de ainda não haver decisão judicial.
De acordo com Nuno Benódis, da Comissão de Trabalhadores da Estoril-Sol, o despedimento colectivo de 113 trabalhadores que ocorreu em 2010 foi "ilegal" e por essa razão 48 deles deram início a um processo judicial contra a empresa a exigir a reintegração nos postos.
"Estamos há três anos a esperar e a desesperar por decisões judiciais. Há pessoas que não vão ter mecanismos para honrar os seus compromissos. A justiça é responsável por esta situação", disse.
Nuno Benódis adiantou que o processo aguarda a "entrega de um relatório de um perito, há oito meses", para entrar em audiência de julgamento.
Aos 55 anos, Guilherme Batista é um dos antigos trabalhadores que aguarda a decisão do tribunal. Este antigo controlador de caixa do Casino Estoril recebia entre 800 a 900 euros por mês e disse à agência Lusa que vive "uma situação dramática", uma vez que o subsídio de desemprego está a acabar.
"Temos família e não temos qualquer meio de subsistência. Todos os dias envio currículos e o tribunal de Cascais não dá resolução ao nosso problema. A empresa não nos deu qualquer alternativa. Podia ter-nos reintegrado no Casino de Lisboa, mas preferiu integrar outras pessoas", afirmou.
Presente no protesto, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, também criticou a morosidade do Tribunal de Cascais para resolver a situação dos antigos trabalhadores.
"Temos uma justiça que ao fim de três anos ainda não deu resposta a estes trabalhadores. A morosidade do funcionamento da justiça está a criar um gravíssimo problema social. Estamos perante 50 pessoas que ficam completamente desprotegidas porque a justiça não funciona em tempo útil", disse Arménio Carlos aos jornalistas.
Também presente no protesto esteve a deputada do PCP Rita Rato, que criticou igualmente a morosidade da justiça e que se mostrou "preocupada com o aumento dos despedimentos colectivos" no cenário de crise que o país atravessa.
"É inaceitável que a justiça seja cada vez mais lenta para os trabalhadores. Um despedimento colectivo tem prioridade em tribunal de trabalho. O PCP tem estado muito preocupado com o aumento dos despedimentos colectivos", afirmou.
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