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"Poucas medidas têm natureza tão recessiva como corte das pensões"

O antigo ministro socialista, Vieira da Silva, alerta esta segunda-feira, em entrevista ao jornal Público, que “poucas medidas têm uma natureza tão recessiva como o corte das pensões”, frisando que se o Governo continuar a “insistir” nesse caminho só está a “agravar o problema da economia”.

"Poucas medidas têm natureza tão recessiva como corte das pensões"
Notícias ao Minuto

09:15 - 20/01/14 por Notícias Ao Minuto

Política Vieira da Silva

Em entrevista, esta segunda-feira, ao jornal Público, o ex-ministro e atual deputado do PS, Vieira da Silva, defende que o agravamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), “o Governo está a tentar fazer passar a ideia de que também os pensionistas deveriam ser incluídos no esforço de consolidação das contas públicas, como se não estivessem”.

Diz Vieira da Silva que “é difícil encontrar um grupo social em Portugal que não tenha sido atingido de forma mais significativa” do que os pensionistas, vítimas de uma “política [que] está a gerar uma degradação, com uma dureza e uma intensidade que nunca existiu no nosso País, das condições de vida num setor com menos capacidade de adaptação”.

“Há um esforço por parte do Governo e dos seus apoiantes para reforçar a ideia de que a raiz do problema está nas pensões” mas, sustenta o socialista, “o que acontece, em particular com o sistema de pensões, tem a ver com o facto de hoje termos uma economia que está a produzir aos níveis de há dez anos”.

A única solução “para os problemas agudizados por este recuo histórico” é “o crescimento económico”, afirma Vieira da Silva, sublinhando que “sem que se volte a criar riqueza e emprego, dificilmente nos poderemos aproximar do reequilíbrio das contas da Segurança Social” mas, “claro que isso não acontece num estalar de dedos”.

Questionado sobre se os cortes nas pensões podem comprometer a economia nacional, o deputado ‘rosa’ responde que “poucas medidas têm uma natureza tão recessiva como o corte das pensões. Não apenas porque muitos dos pensionistas têm uma elevada propensão ao consumo, como, num quadro de desagregação do nosso potencial produtivo, as pensões compensam os rendimentos que se perdem no mercado de trabalho”.

Pelo que, “se insistirmos em encontrar aí uma receita fácil, estamos a agravar o problema da economia”, alerta Vieira da Silva, referindo ainda que o aumento da idade da reforma para os 66 anos, “possa ter estruturalmente um efeito positivo do ponto de vista financeiro” mas “o que se procurou” com esta medida, defende, “foi não pagar pensões novas em 2014”, trata-se portanto, conclui, de “uma medida puramente orçamental de curto prazo”.

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