Turismo do Centro pede "coragem política" para valorizar o interior
O Programa Nacional de Investimentos 2030, que envolve 21.950 milhões de euros, "está inclinado para o litoral e sul do país", disse hoje o presidente da Turismo Centro, que pediu "coragem política" para valorizar o interior.
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Economia Setor
"No PNI [Programa Nacional de Investimentos] 2030 não há uma opção clara pela valorização do interior, antes pelo contrário. Tendo em conta os investimentos previstos, o país vai continuar inclinado para os centros urbanos do litoral e para o sul", disse à agência Lusa o presidente da Entidade Regional Turismo Centro, Pedro Machado.
O responsável pela Entidade Regional, que engloba cem municípios do Centro, reforça a ideia de que "é preciso desinclinar o país", investindo em projetos em territórios de baixa densidade, que permitam atenuar as assimetrias atuais. E pede "coragem política" ao Governo para valorizar o interior do país e corrigir as assimetrias atuais.
"É preciso valorizar o interior e isso significa ter a inteligência de captar grandes eventos e grandes investimentos", diz Pedro Machado, que pede medidas para inverter a situação atual.
Machado dá como exemplo do não investimento no interior o programa de valorização turística do interior (Valorizar), que tem uma dotação de apenas dez milhões de euros, valor que contrasta com os montantes previstos para investimentos no litoral e nos centros urbanos.
"Coragem política é ter capacidade de desinclinar o país, que está inclinado para os centros urbanos do litoral e do sul. É ter coragem para apostar em novos pontos de desenvolvimento do país".
Pedro Machado lembra que no PNI 2030 os principais investimentos serão feitas em aeroportos (Montijo e Portela), que irão servir essencialmente Lisboa e o sul, em linhas ferroviárias que percorrem o litoral e em portos de mar.
"Há exceções, claro, mas não têm o impacto necessário para inverter a situação", refere.
O PNI 2030 é parte integrante do Portugal 2030 (PT 2030) e concretiza a parte da sua estratégia de investimentos estruturantes, sendo um instrumento de definição das prioridades de investimentos infraestruturais estratégicos de médio e longo prazo, nos setores da Mobilidade e Transportes, Ambiente e Energia.
O programa de investimentos para os próximos dez anos foi analisado na semana passada em Conselho de Ministro, tendo dado entrada no Parlamento na sexta-feira. O programa inclui 72 projetos, avaliados, globalmente, em 21.950 milhões de euros de investimentos.
O destaque vai para o setor aeroportuário, com o anúncio da construção de um novo aeroporto no Montijo (investimento superior a dois mil milhões de euros) e para a expansão do Aeroporto de Lisboa (2.ª fase, a 1.ª será realizada até 2022), 507 milhões de euros.
Para o setor das ferrovias está previsto um vasto conjunto de investimentos, com destaque para a quadruplicação da Linha do Norte (1.500 milhões de euros). Mas há neste setor investimentos específicos no interior do país, como é o caso da ligação Aveiro/Mangualde (650 milhões de euros), o programa de eletrificação da Rede Ferroviária Nacional (Linhas do Oeste e Douro, 205 milhões de euros) ou a modernização da Linha do Alentejo.
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