Turquia não será intimidada por ameaças económicas dos EUA
A Turquia "não será intimidada" pelas ameaças económicas dos EUA relacionadas com os curdos sírios, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, admitindo que o país não exclui a ideia de uma "zona de segurança" na Síria.
© Reuters
Mundo MNE
"Nós dissemos em várias ocasiões que não seríamos intimidados por qualquer ameaça", disse Mevlüt Cavusoglu numa conferência de imprensa em Ancara.
"Ameaçar economicamente a Turquia não vai levar a nada", acrescentou.
Cavusoglu reagia às ameaças realizadas no domingo por Donald Trump na rede social Twitter, referindo que iria "devastar" a economia da Turquia se Ancara atacasse a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), um grupo armado na Síria que a Turquia considera "terrorista", mas que Washington apoia.
"Os parceiros estratégicos, aliados não devem falar uns com os outros através do Twitter, pelas redes sociais", criticou Cavusoglu.
"Quando somos chamados a escolher entre as dificuldades económicas e a ameaça terrorista, o nosso povo responde que prefere estar com fome e com sede (...), mas que não se curvará", disse o ministro turco.
No entanto, não se opôs à criação de uma "zona de segurança" mencionada por Trump no Twitter.
O ministro turco lembrou que a Turquia tem repetidamente reclamado nos últimos anos a criação de uma área de cerca de trinta quilómetros para proteger a sua fronteira das posições na Síria detidas pelas YPG, uma proposta que permaneceu em letra morta.
"Agora, colocaram essa ideia na mesa depois de ver que a Turquia estava determinada (a atacar as YPG). Não somos contra essa ideia", disse Cavusoglu.
"O que é nos preocupa? É a presença de um corredor terrorista e de uma organização terrorista que nos ameaça", acrescentou.
As YPG são uma das principais questões de atrito entre a Turquia e os Estados Unidos, dois aliados na NATO cujas relações se deterioraram significativamente desde 2016.
Para Ancara, as YPG são apenas a extensão na Síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo que lidera uma guerrilha em solo turco desde 1984.
Mas, para os Estados Unidos e outros países da coligação internacional 'anti-jihadista', são uma força efetiva para combater o grupo do Estado Islâmico (EI).
O anúncio em dezembro da retirada dos Estados Unidos da Síria foi saudado pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mas foi visto pela comunidade internacional como uma traição aos curdos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse hoje que a ameaça do Presidente Trump de devastar a economia da Turquia se estes atacarem os rebeldes curdos na Síria ressalta o compromisso norte-americanos com os seus parceiros.
Pompeo disse que ainda não conversou com as autoridades turcas ou com Trump após as mensagens de Trump no domingo, mas que assumiu que o Presidente norte-americano se referia à imposição de sanções caso a Turquia tome uma ação militar contra os curdos na Síria, aliados dos EUA na luta contra o grupo EI.
O secretário de Estado afirmou ainda que o pedido de Trump por uma zona segura de 20 milhas entre as forças turcas e os curdos é consistente com o que os Estados Unidos estão a tentar alcançar e nas negociações com os turcos. Mas, o secretário de Estado disse que estas ainda estão em andamento.
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