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Andaluzia. Direita com ajuda 'extrema' veio pôr fim a 36 anos de PSOE

A direita espanhola, com a ajuda dos 'ultras' do Vox, passa a governar a Junta da Andaluzia a partir de quarta-feira, pondo fim ao domínio histórico de 36 anos do PSOE na maior Comunidade Autonómica de Espanha.

Andaluzia. Direita com ajuda 'extrema' veio pôr fim a 36 anos de PSOE
Notícias ao Minuto

08:36 - 14/01/19 por Lusa

Mundo Espanha

O candidato do PP (Partido Popular, direita), Juan Manuel Moreno, deverá ser investido no parlamento regional para presidir um executivo em que também participa o Cidadãos (direita liberal) e que conta com o apoio parlamentar do novo partido Vox (extrema-direita).

A Andaluzia era até agora o grande bastião do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que dominou politicamente a região desde a transição de Espanha para um sistema democrático em 1978, tendo os seus candidatos também ganho todas as eleições desde as primeiras realizadas em 1982 para a nova Comunidade Autonómica, há 36 anos.

O debate de investidura no parlamento andaluz, em Sevilha, começa esta terça-feira às 15:00 (14:00 em Lisboa) com um discurso sem limite de tempo em que Juan Manuel Moreno vai apresentar os princípios gerais do seu programa de governo e pedir o voto dos 109 deputados regionais.

No dia seguinte, quarta-feira, será a vez de intervirem os líderes dos cinco grupos parlamentares, por ordem crescente de importância -- Vox (extrema-direita), Adelante Andalucía (extrema-esquerda), Cidadãos (direita liberal), PP e PSOE -- com Moreno a responder a cada um deles.

No final do debate, a presidente do parlamento, Marta Bosquet, irá dirigir a eleição do candidato, que não deverá ter dificuldade em obter a maioria absoluta dos votos da câmara.

O candidato do PP consegue a presidência da Junta depois de o Vox ter assinado na quarta-feira da semana passada um acordo de apoio parlamentar com os populares, que formam o executivo regional coligado com o Cidadãos, partido que assegura não ter nada a ver com esse compromisso.

Entretanto, no final da semana passada o grupo parlamentar regional do PSOE renunciou à apresentação da investidura da atual líder andaluz socialista e ainda presidente da Comunidade Autónoma, Susana Diaz, que irá assumir "a liderança da oposição" na nova legislatura.

O acordo de coligação entre PP e Cidadãos prevê entre outras questões uma redução de 13 para 11 dos ministérios regionais e a aprovação, durante a legislatura, de 90 medidas.

A soma dos partidos de direita conseguiu, nas eleições regionais realizadas em 02 de dezembro último, reunir a maioria absoluta no parlamento da Andaluzia, apesar de o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) ter sido o mais votado, mas com uma redução da sua presença parlamentar de 47 deputados regionais para 33.

O PP também viu reduzido o seu apoio popular, de 33 para 26 deputados, mas conseguiu manter-se em segundo lugar na escolha dos eleitores.

Juntando a este resultado o dos Cidadãos com 21 deputados e o do Vox com 12, a direita espanhola conseguiu chegar aos 59 assentos, mais quatro do que a maioria absoluta do parlamento regional.

A grande surpresa na votação em dezembro foi a forte subida do Vox, que antes não tinha expressão parlamentar e que conseguiu este resultado depois de apelar à execução de políticas que impeçam a chegada de mais imigrantes ilegais às costas andaluzes e outras mais firmes e menos dialogantes com os separatistas catalães.

O aumento da votação na extrema-direita e a solução de Governo andaluz alcançada é um cenário que está a preocupar muito a esquerda espanhola atualmente no poder em Madrid, que receia cada vez mais a repetição deste resultado a nível nacional, nas eleições europeias, autárquicas e autonómicas de maio próximo.

O Vox acabou por renunciar a fazer depender o seu apoio ao novo governo regional à aprovação de várias medidas mais radicais, como a derrogação das leis contra a violência de género, posição que tinha sido considerada "inaceitável" pelo PP.

Entretanto, o forte movimento feminista espanhol já anunciou para esta terça-feira manifestações em todas as províncias da Andaluzia e também junto do parlamento regional, ao mesmo tempo do debate de investidura de Juan Manuel Moreno, para "impedir o caminho ao patriarcado, ao fascismo e ao racismo".

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