O representante civil da NATO na missão militar no Afeganistão, Cornelius Zimmermann, congratulou-se com o compromisso de Portugal para com a estabilização e desenvolvimento daquele país, hoje reafirmado pelo primeiro-ministro português, António Costa, em Cabul.

O embaixador Zimmermann disse acolher com satisfação "a reafirmação do compromisso de Portugal em continuar a apoiar o processo de desenvolvimento e sustentação das Forças Armadas e de segurança afegãs".

Numa declaração à Lusa, após um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, com o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, no quartel-general da missão da NATO "Resolut Support", Zimmermann saudou a contribuição portuguesa, através de tropas no terreno [na proteção do aeroporto Hamid Karzai], e na formação e aconselhamento de militares afegãos, nomeadamente na escola de artilharia de Cabul.

A missão da NATO, defendeu, "é a chave para assegurar que as forças locais poderão, com sucesso, prover à segurança e à estabilidade no seu próprio país", frisando que "um Afeganistão instável significa insegurança" para os aliados.

O objetivo da missão, reforçou, é "assegurar que o Afeganistão não voltará a ser um `céu seguro´ para o terrorismo internacional".

De acordo com Zimmermann, no encontro, o último ponto da visita de António Costa à missão da NATO no Afeganistão, foi discutida a "necessidade de avançar no compromisso político perante o que parece uma janela de oportunidade para negociações de paz bem sucedidas".

António Costa, que foi também recebido pelo representante civil da NATO, embaixador Zimmerman, destacou o papel da missão da NATO na "estabilização e pacificação" do Afeganistão, país em guerra desde 2001, iniciada a seguir ao ataque terrorista aos EUA, a 11 de setembro desse ano, e que, de acordo com organizações internacionais, já fez mais de 70 mil vítimas mortais, incluindo mais de dois mil soldados americanos.

O representante civil da NATO em Cabul assume a liderança da componente política da `Resolut Support´, fazendo a ligação entre Aliança Atlântica, o governo do Afeganistão, representantes da comunidade internacional e países vizinhos.

As eleições legislativas no Afeganistão, em outubro, ficaram marcadas por mais de meia centena de mortes e 379 feridos, segundo a ONU, no sufrágio mais mortal registado no país.

Segundo as estatísticas oficiais, cerca de 4,2 milhões de pessoas votaram durante estas eleições, entre os quase nove milhões de eleitores recenseados.

Poucos dias antes das eleições, os talibãs pediram aos eleitores que ficassem em casa e aos candidatos que se retirassem da corrida eleitoral, ameaçando atacar as assembleias de voto.

Fonte oficial da missão `Resolute Suport´ frisou que apesar das ameaças, a NATO valoriza o empenho dos cidadãos que optaram por ir votar, no que considera um sinal político significativo para os grupos terroristas.

A `Resolute Support Mission´ começou em 2015 no âmbito do combate ao terrorismo, e visa o treino, aconselhamento e apoio às forças militares e de segurança e o fortalecimento das instituições do Afeganistão, contando atualmente com cerca de 16 mil militares de 41 países.

A RS sucedeu à ISAF (Força Internacional de Apoio à Segurança) na qual Portugal participou com cerca de 3.200 militares em 12 anos.

A NATO está presente no Afeganistão com mandato da ONU desde 2003, a pedido dos EUA, na sequência do ataque terrorista naquele país em 11 de setembro de 2001.