Indústria de cimentos já evitou emissão de 2,8 milhões de toneladas CO2
A indústria de cimentos em Portugal evitou a emissão de 2,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) nos últimos 13 anos ao substituir combustíveis fósseis por combustíveis alternativos menos poluentes, revela um estudo hoje divulgado.
© Reuters
Economia Estudo
De acordo com o estudo da empresa AVE -- Gestão Ambiental e Valorização Energética, o coprocessamento de resíduos permitiu às cimentarias em Portugal evitarem "2,8 milhões de toneladas de CO2eq nos últimos 13 anos e contribuiu com cerca de quatro milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB) para a economia nacional" no ano passado.
O estudo "13 Anos de Coprocessamento em Portugal" procura avaliar os contributos do coprocessamento de resíduos em cimentarias para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental no país e explica que o método de coprocessamento consiste na utilização de resíduos - previamente preparados e identificados como viáveis - como combustível alternativo nos fornos das cimenteiras e/ou como matéria-prima secundária na produção de clínquer, um componente do fabrico do cimento.
O trabalho permitiu ainda saber que a utilização do coprocessamento pelas cimentarias em Portugal se traduziu na criação de 110 empregos no ano passado.
Refere ainda que o coprocessamento tem sido "a principal estratégia para reduzir os impactes ambientais", substituindo combustíveis fósseis por combustíveis alternativos com menores fatores de emissão ao incorporar matérias-primas alternativas na mistura do cimento, reduzindo assim a taxa de incorporação do clínquer.
Nos últimos 13 anos, o coprocessamento permitiu evitar, em média, mais de 210 mil de toneladas de CO2eq por ano, traduzindo-se em poupanças acumuladas de 2,8 milhões de toneladas de CO2eq.
O CO2eq é a medida internacionalmente aceite para expressar a quantidade de gases de efeito estufa em termos equivalentes da quantidade de CO2.
A utilização de combustíveis alternativos pelas cimenteiras em substituição do 'petcoque' permitiu ao longo de 13 anos evitar a importação de cerca de 1,7 milhões de toneladas deste combustível e correspondeu a uma poupança de 85 milhões de euros de importações neste período.
O coprocessamento pode, segundo o estudo, evitar a emissão de 3,3 milhões de toneladas de CO2 até 2023.
O trabalho refere ainda que a criação de emprego relacionada com a atividade do coprocessamento apresenta "um padrão distinto da criação de VAB, nomeadamente pelo baixo impacte direto, mas elevado impacte indireto".
Nesse sentido, a criação direta de postos de trabalhos está associada à atividade comercial e de laboratório, sendo que por cada posto de trabalho direto são criados cerca de 10 empregos a montante.
"Estima-se que em 2017 o coprocessamento contribuiu para a criação de cerca de 110 postos de trabalho em toda a cadeia de fornecimento", salienta o documento.
A empresa AVE -- Gestão Ambiental e Valorização Energética foi constituída em outubro de 2003 e está focada na gestão de resíduos e a sua valorização material ou energética pela indústria cimenteira, com recurso ao método de coprocessamento.
A Cimpor - Cimentos de Portugal, Secil - Companhia Geral de Cal e Cimento e oSGVR - Serviços de Gestão e Valorização de Resíduos são os três acionistas da empresa.
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