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Minicurso em Berlim ensina "questões de sobrevivência" em português

Ações de animação e jogos que obrigam ao uso do português são algumas das soluções para promover a língua portuguesa na feira de línguas em Berlim, numa iniciativa da Embaixada de Portugal.

Minicurso em Berlim ensina "questões de sobrevivência" em português
Notícias ao Minuto

08:20 - 17/11/18 por Lusa

País Notícias

A professora Raquel Miranda-Kliem atira uma bola colorida. Quem a apanhar deve responder a uma pergunta em português.

O primeiro a agarrar a bola responde com pouco esforço: "O meu nome é Thomas". Tem perto de sessenta anos e vontade de aprender mais e melhor português, depois de ter visitado as cidades de Coimbra e Lisboa.

Na fila da frente está o polaco Andrej Poljak. Veio de Varsóvia à Expolingua, a feira de idiomas e culturas de Berlim, que celebra este ano a 31ª edição.

"Gosto de línguas estrangeiras, aprender novos idiomas é o meu passatempo. Mas o português de Portugal é muito difícil, tenho dificuldade em entendê-lo", confessa o polaco que assegura falar mais de uma dezena de idiomas.

Raquel Miranda-Kliem, professora e funcionária do Instituto Camões, trabalha na divulgação da língua, na cidade de Berlim. Organiza o minicurso de português, com a duração de 45 minutos, há cinco anos. O de hoje conta com sala cheia.

"No primeiro ano comecei por apresentar os verbos 'ser' e 'ter', para que cada pessoa se pudesse apresentar. Depois fui percebendo que muitos já conhecem algum português, portanto podia avançar para outro nível sobre questões que eles colocariam se viajassem para Portugal como turistas. Por exemplo, num restaurante, no médico, no hotel", exemplifica a professora.

São "questões de sobrevivência", acrescenta Raquel Miranda-Kliem.

"Perguntar, num hotel, se temos um quarto reservado. Quando chegamos a um café, saber pedir um pastel de nata, um café com leite, uma bola de Berlim. Num restaurante, tentar perceber a ementa. Se houver uma emergência médica, entender como nos podemos queixar de uma dor de barriga, por exemplo. Saber perguntar onde é um museu, ou uma farmácia", explica a professora de português.

O minicurso levado a cabo na Expolingua, que decorre esta sexta-feira e sábado, em Berlim, conta com um público variado, desde alunos do ensino secundário, a curiosos que já visitaram Portugal e o Brasil e sabem algum português. Ao longo dos anos, a professora do Instituto Camões garante que o interesse "tem aumentado".

No fundo da sala, um grupo de alunos de uma escola de Brandeburgo vai seguindo a lição com atenção, e respondendo às perguntas, ora com timidez, ora com gargalhadas. Seguem as frases da professora através de um papel laranja distribuído à entrada, onde não falta, por exemplo, uma fotografia de uma bola de Berlim.

"Vão surgindo perguntas sobre a pronúncia, como dizer 'laranja' ou 'eu queria' ou 'arroz'", revela Raquel Miranda-Kliem, acompanhada por Gustavo Gomes, professor de português, variante do Brasil, na Universidade de Heidelberg.

"Vou complementando e explicando algumas das particularidades do português do Brasil. Especialmente no que diz respeito a alguns aspetos fonéticos, de pronuncia e eventualmente de sintaxe ou de léxico, isto é, na escolha das palavras", revela Gustavo Gomes, sublinhando que o minicurso é "muito envolvente".

"Noto que há mais alunos a procurar os níveis básicos de português, mas são menos os que aprofundam os conhecimentos e seguem para níveis mais avançados", constata o professor da Universidade de Heidelberg, realçando que o programa Erasmus tem "ajudado muito a promover a língua portuguesa".

Segundo números avançados à Lusa pelo Instituto Camões, o número de alunos inscritos em aulas de português, da iniciativa do governo, manteve-se estável. Tanto em 2017, como em 2018, foram 2800 os estudantes inscritos em cursos de português na Alemanha.

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