"Não é aumentando o IVA que acabam as touradas"
Francisco Louçã acredita que a questão de consciência e, portanto, da liberdade de voto nesta matéria, é mais importante do que a redução ou não do imposto sobre as atividades tauromáquicas.
© Global Imagens
País Francisco Louçã
A bancada socialista avançou com uma proposta de redução do IVA da tauromaquia de 13% para 6%, contradizendo a vontade do Governo, que não quer incluir as atividades tauromáquicas na redução fiscal prevista para os espetáculos culturais. Este tema tem, portanto, dominado a discussão sobre as touradas, principalmente depois da ministra da Cultura, Graça Fonseca, lhe ter chamado uma "questão de civilização".
"Na enorme polarização emocional que é o debate sobre as touradas, [o tema] ganhou alguns foros de grandiosidade como se fosse um grande tema nacional, que evidentemente não é", começou por explicar Francisco Louçã, no seu espaço de comentário da SIC Notícias.
O comentador esclareceu que o tema afeta maioritariamente "os aficionados e os que odeiam as touradas" e determinou que a concentração das atenções no debate sobre o IVA lhe parece "o mais irrelevante de todos".
"Não é aumentando o IVA que acabam as touradas, não é baixando o IVA que se protegem as touradas", indicou, definindo a questão como "razoavelmente irrelevante".
"A proposta do Governo é, até, não mudar o IVA sobre as touradas, mas isso provocou que uma parte do Partido Socialista, o grupo parlamentar, faça uma proposta para reduzir o IVA", sublinhou. No entender do ex-dirigente do Bloco de Esquerda, esta decisão não é, porém, importante. "Vai alterar vida ou morte das touradas? Nada".
Para Francisco Louçã, o ponto mais importante é a questão sobre consciência. "Carlos César disse, considerando tratar-se de uma questão de consciência, que haveria liberdade de voto", indicou o comentador. "O primeiro-ministro veio contradizê-lo explicitamente, dizendo que é uma questão fiscal, portanto de disciplina orçamental, e todos têm que votar com a posição do Governo".
Louçã acredita que esta posição do primeiro-ministro não é "aconselhável". "Sendo uma questão fiscal e sendo bastante irrelevante para a própria arte taurina, o facto é que quem se envolve nesta questão interpreta-o como uma questão tão de consciência que o grupo parlamentar do PS votará dividido", explicou, sublinhando que esta questão pode vir a fragilizar o Governo.
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