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Emergência aérea nos céus de Lisboa fez temer o pior, mas tudo acabou bem

O avião da Air Astana sofreu uma "falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo". Possibilidade de amarar no rio Tejo foi equacionada mas o aparelho acabaria por conseguir aterrar em segurança no aeroporto de Beja.

Emergência aérea nos céus de Lisboa fez temer o pior, mas tudo acabou bem
Notícias ao Minuto

08:30 - 12/11/18 por Fábio Nunes

País Air Astana

Este domingo à tarde, os céus portugueses captaram durante cerca de duas horas as atenções do país. Um avião da Air Astana declarou emergência pouco depois de ter descolado de Alverca e chegou a temer-se o pior. O aparelho, um Embraer E190, teve “uma falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo”. A amaragem foi uma das hipóteses consideradas pelos pilotos, mas o avião rumou ao aeroporto de Beja, onde aterrou em segurança à terceira tentativa.

O avião da Air Astana esteve a fazer manutenção nas oficinas da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal desde o início do mês passado. Este domingo, o aparelho, voo KZR 1388, descolou de Alverca às 13h21. Tinha como destino Minsk, a capital da Bielorrúsia. A bordo seguiam apenas a tripulação, constituída por seis pessoas, os dois pilotos e quatro técnicos.

Pouco depois de ter levantado voo, o avião sofreu uma “falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo”. Os pilotos alertaram logo a torre de controlo de Lisboa. A Força Aérea foi ativada de seguida. “Fomos ativados cerca das 13:35, quando fomos informados que havia uma aeronave em emergência e o nosso sistema também detetou essa situação”, referiu o tenente-coronel Manuel Costa à Lusa. Dois F-16, que estavam na Base Aérea de Monte Real, descolaram para acompanharem o avião da Air Astana.

Nas primeiras conversas mantidas com a torre de controlo, e face à “queda de altitude e dificuldades de controlo” da aeronave, os pilotos equacionaram a hipótese de amarar no rio Tejo. No entanto, essa opção foi revista quando os F-16 iniciaram o acompanhamento do avião. Com o passar do tempo, os pilotos foram recuperando o controlo de alguns instrumentos que se tinham avariado, o que permitiu ao aparelho tentar a aterragem no aeroporto de Beja.

Nesta altura, já tinham surgido as primeiras notícias da emergência desta aeronave numa zona próxima de Lisboa. O site Flight Radar, que costuma seguir os voos, acompanhava o percurso errático do avião do Embraer da Air Astana, que descreveu vários círculos antes de se dirigir a Beja.

Notícias ao MinutoO percurso do avião foi registado no site Flight Radar© Reprodução

Um comportamento normal neste tipo de situação. O piloto estaria a “fazer todos os procedimentos” para avaliar se conseguiria resolver os problemas técnicos e se teria capacidade de navegar para um aeroporto menos movimentado, explicou Jaime Prieto, piloto de linha aérea.

O avião falhou as duas primeiras tentativas para aterrar na pista do aeroporto de Beja, tendo conseguido aterrar à terceira tentativa, às 15h28. Chegavam assim ao fim as duas horas de tensão que envolveram o aparelho da companhia aérea do Cazaquistão.

Dois dos tripulantes tiveram de ser transportados para o Hospital José Joaquim Fernandes, de acordo com a Unidade Local da Saúde do Baixo Alentejo. Apresentavam ferimentos ligeiros mas tiveram alta mais tarde. Um dos tripulantes, um homem de 37 anos, natural do Cazaquistão, "teve alta por volta das 17h30", enquanto o outro, um homem inglês, de 54 anos, "teve alta hospitalar por volta das 18h45", disse à Lusa a mesma fonte.

Avião vai ser reparado em Portugal

Este incidente aéreo vai agora ser alvo de uma investigação por parte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). Quanto ao aparelho da Air Astana vai permanecer em solo português para ser reparado.

O susto com o voo KZR 1388 provocou alguns atrasos nas descolagens no aeroporto de Lisboa mas sem necessidade de desviar voos, como deu conta a NAV – Navegação Aérea de Portugal.

O Governo congratulou-se com a forma como esta situação foi resolvida. “Dois F-16 da Força Aérea Portuguesa conseguiram fazer aterrar em segurança no aeroporto de Beja um Embraer com os instrumentos de navegação avariados. Outros dois F-16 estavam em prontidão, bem como a Marinha para o caso de aterragem de emergência no mar”, escreveu o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, numa publicação na rede social Twitter.

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