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"Era um problema gravíssimo e tanto eu como o Martim estávamos em risco"

A fadista partilhou o seu testemunho durante a entrevista dada a Fátima Lopes, onde recordou os momentos difíceis vividos durante a gravidez e após o nascimento do filho.

"Era um problema gravíssimo e tanto eu como o Martim estávamos em risco"
Notícias ao Minuto

16:04 - 10/11/18 por Notícias Ao Minuto

Fama Mariza

Mariza esteve, este sábado, no programa ‘Conta-me Como És’ à conversa com Fátima Lopes. Uma entrevista onde falou sobre as suas raízes, sem esquecer a família e a carreira.

“Amo o que faço”, começou por dizer a fadista, referindo-se à música. De seguida, expôs o seu lado africano, uma vez que é natural de Maputo.

“Sou muito africana em tudo, na forma de estar em casa… A educação africana é um bocadinho diferente. A mulher é ensinada a cozinhar, a cuidar, a limpar a casa, é ensinada que a família vem sempre em primeiro lugar, independentemente de tudo. E eu fui criada dessa maneira e é assim que funciono em casa”, explicou, confessando que se sente cada vez mais “africana” com o passar da idade.

“O meu grande sonho era viver na Praia do Tofo [em Moçambique] porque sou tão livre na minha outra casa. Portugal é a minha casa, foi aqui que cresci e tenho memórias… Casei aqui, o meu filho nasceu… Mas acho que, com a idade, vou-me sentindo muito africana. E cada vez que vou sinto que pertenço ali e quero ficar ali. E vejo o meu filho que é tão livre quando está em África, mas tão livre que eu digo: ‘Eu devia crescer aqui’. Só que não consigo, a vida não me permite”, admitiu.

Mariza confessou ainda que ser cantora é um sonho do pai. “Eu nasci como o meu filho, permutara, e os meus pais já tinham tentado ter filhos e as coisas não corriam bem. Antes de mim a minha mãe teve uma gravidez completamente normal e correu muito mal. Até que ficou grávida de mim e aos seis meses - sou apressada em tudo – nasci”, contou, dizendo de seguida que como o seu pai já tinha perdido muitos bebés, “foi à capela da maternidade e fez uma promessa”. “Se eu sobrevivesse, o meu nome ia ser Mariza, porque ele adorava uma cantora que se chamava Mariza e era brasileira, e que eu ia ser cantora”, partilhou.

Segundo a artista, o seu progenitor “é um homem extraordinário”. “Das pessoas que mais me ensina na vida. Tem uma forma de estar muito interessante. Vai fazer 80 anos, mas é um homem com uma cabeça muito engraçada. Quando tenho algum problema que não sei como resolver, seja o que for, vou falar com ele. Tem sempre uma solução”, acrescentou.

Durante a conversa com a apresentadora da TVI, Mariza falou ainda do filho, Martim, de sete anos, fruto do casamento com António Ferreira, lembrando o momento difícil que passou durante a gravidez e depois do nascimento do menino.

Como referiu anteriormente, o menino nasceu de forma prematura como aconteceu consigo, mas com menos tempo. Cerca de quatro dias depois de ter nascido, teve que ser operado ao coração. Segundo a fadista, a placenta rompeu às 18 semanas e meia e estava fora de Portugal.

“Eu não cancelo concertos… Estava cheia de dores e fiz um concerto na Escócia e só no dia seguinte é que me vim embora. Eu não defraudo as pessoas que compram um bilhete meu. Sou cantora e as pessoas não têm nada que ver se tenho uma constipação ou uma dor. Aconteceu, eu canto e depois vamos ver o que acontece. [Quando estava a regressar a Portugal], até tinha vergonha no avião e pedia guardanapos de papel para meter no chão porque a água caía", lembrou, contando que  quando chegou à clínica a médica ficou espantada, admitindo também que “não tinha noção" da gravidade da situação.

"Vou para a Cruz Vermelha, o pai no Martim começa a ler tudo e mais alguma coisa… Achava que era coisa que passava e, de repente, começo a perceber que era um problema gravíssimo e que tanto eu como o Martim estávamos em risco. Mais o Martim porque às 18 semanas um bebé não consegue sobreviver. Nessas alturas a gente esquece-se de nós”, recordou.

Mariza contou que quando chegou ao hospital de Santa Maria lhe disseram que “nunca tinham tido nenhum caso como aquele que tivesse dado positivo e que iam fazer uma interrupção de gravidez”. Algo que a artista “não aceitou”.

Mesmo assim, o menino aguentou. “Ele virou a cabeça para baixo e meteu-a num sítio onde tinha um bocadinho de líquido amniótico. Para respirar e sobreviver meteu ali a cabeça dele e foi crescendo à maneira dele. O Martim teve problema pulmonar gigantesco. Por causa de não ter líquido amniótico, os pulmões não cresceram como deve ser. Teve um pulmão que cresceu para a idade que tinha quando nasceu e o outro não. Mas como é depois operado ao coração e tudo entra numa fragilidade, o pulmão que funcionava para os dois também entra em falência. Aí, ele é ligado a uma máquina de alta frequência para ver se os pulmões estendiam. Chega a uma fase em que os médicos disseram que se ele fosse adulto não conseguia porque aquilo doía horrores. Começaram a dar morfina e ele dormia 24 horas por dia. Aquele miúdo já passou por tudo. Ela passou seis meses internado. Entretanto, há um dia que chego e o médico diz: ‘Ainda bem que chegou. Preciso de falar consigo. Já experimentámos todos os medicamentos possíveis e imaginários e, se no espaço de uma semana e meia, duas, o Martim não mostrar reação nenhuma nós desligamos a máquina’”, partilhou, admitindo que nessa altura não teve reação.

Quando saiu do hospital, pegou na mãe e foi para Fátima. “Rezei, pedi. Sempre achei que Fátima era um negócio e sou crente. Mas quando tu sentes as barbas a arder, tudo é válido. Fiz trinta por uma linha. Acontece que, passado cerca de uma semana, eu entro e o Martim não estava na incubadora. As tantas vejo-o sentadinho com uma chupeta. [Disseram-me]: ‘Ele acordou sozinho e nós estivemos a experimentar e parece que ele já respira sem ajuda. Tem que ter um bocadinho de oxigénio, mas respira sem a máquina. Vamos ver se ele aguenta mais um dia, e mais um dia … Entretanto, vai para casa com o oxigénio e eu tinha posto um limite como mãe que disse: ‘Quando o meu filho tiver um ano de idade vai viver sem máquina de oxigénio e fui tirando aos poucos’”, explicou.

Até que, quando chegou ao serviço de pneumologia, a médica repreendeu-a por ter tirado a máquina de oxigénio. “E eu disse: ‘O filho é meu, a responsabilidade é minha, mas acho que já não precisa’”, contou, acrescentando que entretanto a médica fez as análises necessárias e concluiu que realmente o menino já não precisava da máquina.

“Ele faz um ano e no dia, a seguir pego na minha mãe e vou para Fátima com ele ao colo e digo: ‘Minha nossa senhora, eu sou mãe, tu és mãe. Ele é teu como é meu. Cuida dele que eu vou cuidar o que conseguir. E o Martim é da nossa senhora, não é meu. Está aí”, confessou, frisando que o amor que sente pelo filho é único e inexplicável. “Sei o que é o amor que tenho pelos menos pais mas isto é uma coisa que não sei explicar”, afirmou.

Durante a entrevista, Mariza assegurou: “Tudo o que a vida me trouxe até hoje é maravilhoso. Sou uma mulher feliz”.

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