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Web Summit: Confiança é a resposta para um "jornalismo doente"

A era das 'fake news' está a descredibilizar o jornalismo e a deixá-lo "doente", alertaram hoje vários especialistas na Web Summit, que sublinharam a necessidade de os media reconstruírem a confiança e as suas comunidades.

Web Summit: Confiança é a resposta para um "jornalismo doente"
Notícias ao Minuto

13:24 - 08/11/18 por Lusa

Tech Conferência

A conferência "Is journalism dead?" [Está o jornalismo morto?, na tradução em português] terminou com uma sondagem -- que até continha um erro no somatório - em que 70 por cento dos 115 elementos do público que votaram escolheram a opção "doente", 29% consideraram o jornalismo "vivo" e apenas 2% elegeram a opção "morto". Apesar de o total ser 101 e não 100, a necessidade de renovação do jornalismo emergiu como uma evidência.

"Os media têm de explicar como funcionam ao público para defender a transparência nestes tempos tão tensos. A grande moeda é a confiança, que se revela fundamental para a criação de uma comunidade", afirmou Katherina Borchert, diretora de inovação da companhia tecnológica Mozilla e ex-administradora da publicação alemã Spiegel Online.

Reconhecendo os desafios complicados que o jornalismo vive atualmente, a antiga jornalista germânica sublinhou que estes são tempos que estão também "a dar uma nova energia e fôlego" aos media, forçando a sua reinvenção e o desenvolvimento de novas estratégias de fidelização e rentabilização.

"É preciso construir mais oportunidades de interação entre o público e os meios de comunicação social. É incrivelmente importante olhar, por exemplo, para as caixas de comentários e não rotular apenas como algo terrível, onde apenas estão pessoas estranhas, mas usar esse espaço para cultivar o público, envolvendo os jornalistas e elevando a discussão pela explicação de como o jornalismo funciona."

Por outro lado, Lucie Beudet, cofundadora do site Konbini, uma publicação 'online' com um olhar mais direcionado para a 'cultura pop', revelou que, embora o desenvolvimento tecnológico tenha criado novos problemas sociais, não deixa de ser "uma grande oportunidade" para a difusão de "conteúdo em todas as plataformas" possíveis, sobretudo junto das gerações mais jovens.

"Quando o Snapchat nos convidou foi uma possibilidade de levar o jornalismo que idealizávamos aos mais jovens. Este conhecimento fez-nos conceber e fazer as coisas de forma diferente e ter impacto no nosso site e noutras plataformas", frisou, sem deixar de salientar também a parceria com outras redes sociais, como o Facebook.

Se a 'cultura pop' é algo mais fácil de vender junto de anunciantes, o jornalismo de investigação enfrenta outros obstáculos. Katharina Borchert admitiu a dificuldade de "rentabilizar 'hard news' e grandes reportagens" e que isso praticamente obriga à criação de outras áreas de conteúdo, "como 'lifestyle' ou turismo, que são mais fáceis" de comercializar: "Houve um tiroteio ontem nos EUA e ninguém quer ver o seu anúncio junto de um tiroteio".

O problema das receitas na publicidade digital consumou também a "reciclagem do modelo de negócio de assinaturas", com a ex-jornalista e empresária alemã a dar o exemplo do crescimento do jornal norte-americano The New York Times após a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, em 2016.

"É muito importante diversificar as formas de rentabilização. Os subscritores são excelentes, porque é uma relação de fidelidade e temos de cultivar a ligação com essas pessoas. Por outro lado, é difícil encontrar o equilíbrio entre o conteúdo livre e os conteúdos pagos, mas as pessoas não vão assinar 25 órgãos de comunicação social. É algo que vai também atingir sobretudo os 2% de topo no setor, como o The New York Times", finalizou.

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