BPI em processo de venda de 200 milhões de euros de crédito malparado
O presidente executivo do BPI, Pablo Forero, afirmou hoje que o banco está a preparar a venda de carteira de crédito malparado no valor de 200 milhões de euros relativo a "crédito sem garantias" de empresas.
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Economia Pablo Forero
"Nós estamos num processo agora de vender uma carteira de crédito malparado de 200 milhões de euros", afirmou o gestor, durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados do BPI relativos aos primeiros nove meses do ano.
Trata-se de "crédito sem garantias", de empresas, acrescentou Pablo Forero.
Entre janeiro e setembro, o BPI registou um lucro consolidado de 529,1 milhões de euros, valor que compara com 22,6 milhões de euros um ano antes.
A atividade em Portugal contribuiu com 324,4 milhões de euros (61% do total) para o resultado consolidado, sendo que "mais de metade dessa cifra é suportada pelo resultado recorrente das operações em Portugal, de 164,2 milhões de euros, que representa um crescimento de 20% face ao mesmo período de 2017", segundo o banco detido pelo CaixaBank.
Questionado sobre o facto do BPI ser detido pelo grupo espanhol e as decisões deixarem de ser locais, Pablo Forero garantiu: "O BPI nem é uma sucursal, nem vai ser uma sucursal [do CaixaBank] [...] e todas as decisões que têm a ver com o BPI são tomadas aqui".
Pablo Forero adiantou que este ano o BPI vendeu "300 imóveis", no valor de 26 milhões de euros, o que corresponde a uma "mais-valia de 2,8 milhões de euros".
Relativamente a poupança de custos, o presidente executivo disse que o banco tem duas licenças - BPI e BPI Investimento --, dois conselhos de administração, dois auditores, duas contas anuais, entre outros.
"No Banco BPI temos depósitos de clientes, no BPI Investimento não há recursos de clientes (...), decidimos fundir o BPI Investimento dentro do Banco BPI, vamos poupar toda essa atividade", assegurou.
Ou seja, o BPI Investimento vai ser totalmente integrado no BPI.
Pablo Forero manifestou-se ainda otimista quanto ao rácio de capital resultante do processo de análise e avaliação (SREP) do Banco Central Europeu (BCE).
Na conferência de imprensa, o responsável do banco disse ainda que o BPI está em conversação com o Banco Central Europeu, admitindo que a análise poderá ser feita este ano mais tarde do que o costume, mas manifestou expectativas "positivas", uma vez que "todos os aspetos financeiros" do banco estão a correr bem.
Relativamente à dívida pública soberana, Pablo Forero declarou que o BPI tem 686 milhões de euros de Itália, 1.000 milhões de euros de Espanha e 1.700 milhões de euros de Portugal, salientando que todas elas são de curto prazo, inferiores a três anos.
Questionado sobre a ação judicial em Espanha num processo durante a compra do banco BPI, o gestor afirmou: "O assunto em Espanha não vai ter impacto porque o BPI não é objeto do assunto".
Os depósitos de clientes do BPI aumentaram 1.343 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano (+6,9%), para 10.711 milhões de euros.
O financiamento às empresas cresceu 12%, para 7.887 milhões de euros.
A carteira de crédito hipotecário regista um crescimento de 1,3% para 11.233 milhões de euros e a carteira total de crédito a clientes (bruto) registou um acréscimo de 5,4% nos nove primeiros meses do ano, para 23.422 milhões de euros.
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