A partir do momento em que as bolas do sorteio colocaram o Sporting no caminho do Loures, houve uma certeza: as duas equipas estavam determinadas em fazer a festa da Taça. A falta de condições do Campo de Jogos José da Silva Faria levou a partida para Alverca, mas o tal primeiro objetivo manteve-se e a verdade é que, este sábado, foi alcançado.

Numa espécie de batalha entre David e Golias, os leões levaram a melhor, venceram por 2-0 e carimbaram o passaporte para a 4.ª eliminatória da prova rainha. Contudo, na retina fica a imagem de uma equipa do Campeonato de Portugal que jogou, nunca se encolheu, presenteou o público com grandes momentos de futebol e saiu premiada com um golo, já nos instantes finais, que encheu de alegria e orgulho os adeptos do emblema dos arredores da Grande Lisboa.

Perante um Sporting com algumas novidades no onze, nomeadamente Renan Ribeiro, Marcelo, Gudelj ou Castaignos, a formação orientada por André David cedo demonstrou que não iria estacionar o 'autocarro' à frente da baliza, privilegiando o futebol de pé para pé, a organização defensiva e a coragem para, nos momentos certos, tentar surpreender em contra-ataque. Foi isso que fez durante toda a primeira parte e só o grande golo de Bruno Fernandes, num pontapé de meia distância que surpreendeu Miguel Soares, aos 43' minutos, impediu o Loures de ir para o intervalo com a folha limpa.

Em vantagem, o conjunto verde e branco regressou dos balneários com o intuito de arrumar com a questão. O guarda-redes Miguel Soares ainda parou o penálti de Bruno Fernandes, aos 48', que castigou uma falta de Filipe Gaspar sobre Jovane, mas, pouco depois, Nani iria dilatar a vantagem e dificultar ainda mais a vida para a turma do terceiro escalão.

Mesmo assim, o Loures não deitou a toalha ao chão. Embora com o desgaste natural próprio de quem defrontava um 'grande', a equipa de André David continuou concentrada na missão de tentar 'ferir' o leão. A entrada de Juninho, filho de Mário Coelho, herói do Sporting em 1987, numa meia-final da Taça diante do FC Porto, acrescentou outra frescura e, sobretudo, mais perfume ao futebol dos da casa (emprestada). Aos 79', um passe fantástico do brasileiro colocou Miguel Oliveira na cara de Renan, mas o guardião leonino, com a perna direita, manteve a vantagem de dois golos.

Estava mesmo dado o aviso para o que viria a acontecer. O sonho que nas vésperas confessou, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, concretizou-se e Juninho marcou mesmo ao clube que, admitiu, tem um lugar especial no seu coração. Em cima dos 90', o médio fugiu à defesa do Sporting e, cruzado, rematou para o fundo das redes verdes e brancas, fazendo 'explodir' de alegria os adeptos. Um presente bem merecido, não só para o jogador, como para a equipa do Loures que 'caiu' de pé e provou, uma vez mais, que nos escalões inferiores também se trabalha (muito) bem.