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Comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz pede demissão

Nuno Osório estava a ser investigado por ter abandonado o posto durante a passagem do furacão Leslie.

Comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz pede demissão

O comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz e também coordenador operacional municipal da Proteção Civil pediu a demissão esta quarta-feira, avança a TVI24.

Nuno Osório estava a ser investigado pela autarquia por ter deixado a coordenação da Proteção Civil municipal durante a passagem do furacão Leslie, segundo o próprio, para ir "descansar", alegadamente sem comunicar a ausência, quer a quem o deveria substituir enquanto comandante das operações de socorro (COS), com tutela sobre todos os bombeiros presentes no teatro de operações, quer ao comandante operacional distrital [CODIS] de Coimbra da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Na altura em que foi acusado de ter abandonado o posto, Nuno Osório, admitiu que "não às três da manhã [de domingo] mas mais tarde, em pleno declínio das necessidades de resposta às ocorrências", cerca das 05h00, entendeu "ir descansar" para estar de regresso à coordenação a partir das 08h30, o que aconteceu, disse argumentando que o trabalho expectável ao longo do dia "exigia que estivesse minimamente em condições para dar resposta".

Nuno Osório garantiu ainda ter passado o comando dos Bombeiros Municipais ao segundo comandante da corporação, Jorge Piedade, e a parte da coordenação da Proteção Civil municipal "aos técnicos superiores" daquela entidade.

Enquanto coordenador operacional municipal, Nuno Osório coordenava todas as entidades de Proteção Civil concelhias - corporações de bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa, forças policiais ou funcionários de obras municipais e higiene e limpeza, entre outras.

Já enquanto comandante dos Bombeiros Municipais, numa situação de emergência, também assumia as funções de COS, com o comando operacional dos bombeiros presentes - no caso da tempestade Leslie, na Figueira da Foz, a corporação de Voluntários, o reforço de Aveiro e os operacionais da Força Especial de Bombeiros.

Ao ausentar-se, essas funções deveriam passar para o bombeiro mais graduado no município, o que, na prática, é o outro comandante concelhio, o dos Bombeiros Voluntários (BVFF), João Moreira.

Entretanto, a Câmara Municipal da Figueira da Foz confirmou a demissão, através de comunicado enviado à agência Lusa.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a autarquia da Figueira da Foz afirma que o presidente da Câmara, João Ataíde, aceitou na terça-feira "o pedido de cessação da comissão de serviço do comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, na sequência das notícias tornadas públicas relativas aos acontecimentos da noite de 13 de outubro [sábado] com a passagem da tempestade Leslie" naquele município do litoral do distrito de Coimbra, uma alusão ao facto de Nuno Osório ter admitido que se tinha ausentado para "ir descansar".

Fonte da autarquia esclareceu que Nuno Osório pediu a cessação de funções na terça-feira "ao fim do dia" e que, para além de sair de comandante da corporação profissional, também cessa funções como coordenador operacional municipal da Proteção Civil.

De acordo com a nota, as funções de comando "serão interinamente asseguradas" pelo 2.º comandante dos Bombeiros Municipais, Jorge Piedade, e pelo adjunto de comando, Carlos Pinto.

Nuno Osório, naquela nota, justifica o pedido com a determinação em não desgastar a autarquia e o Município da Figueira da Foz, num momento em que a união de esforços é essencial para recuperar dos danos provocados pela intempérie.

Fala ainda na necessidade de poder livremente exercer o direito à defesa da honra, considerando que "nunca esteve em causa o comando e o controlo da operação" e que a sua ausência por um período de três horas, por motivos familiares.

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