Cientistas criam gelado que alivia sintomas da quimioterapia
A quimioterapia é um dos tratamentos mais indicados para os pacientes que sofrem de cancro. Porém, os sintomas associados à popular terapia incluem náuseas, vómitos, feridas na boca, aftas, mucosite (lesões na mucosa) e a sensação de boca seca.
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Todavia, um grupo de cientistas brasileiros criou um alimento que para além de aliviar esses problemas, funciona como suplemento, atendendo às necessidades nutricionais dos doentes. Trata-se de um gelado especial, desenvolvido por uma equipa de nutricionistas da Universidade Federal de Santa Catarina (USFC).
De acordo com a reportagem divulgada pela BBC News, o produto é o resultado do Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) no Hospital Universitário da UFSC, da nutricionista Paloma Mannes, especialista em Saúde com Ênfase em Alta Complexidade.
"Juntamente com a minha preceptora, Akemi Arenas Kami, e a minha orientadora, Francilene Gracieli Kunradi Vieira, pensamos em algo que fosse aplicável no dia a dia dos pacientes, viável do ponto de vista económico e prático para o hospital, além de amenizar os sintomas mais decorrentes do tratamento quimioterápico", conta.
"Detetamos que um alimento gelado atenderia todos esses requisitos”.
Desejo por fruta
Segundo Francilene, a opção pela criação do produto também teve em conta estudos prévios que demonstraram que pacientes em quimioterapia apresentam entre seus principais desejos alimentares a ingestão de frutas, sumos e gelados.
Relativamente à receita, a cientistas explica que o alimento é confecionado com ingredientes diferentes dos convencionais.
"Os sabores - morango, chocolate e limão - foram escolhidos por serem os mais tradicionalmente comercializados e apreciados pela população em geral", diz.
Sobre o processo original de produção, Francilene explica: "Após determinarmos os ingredientes e as suas quantidades, fizemos uma análise sensorial com dois grupos de provadores. Um deles formado por 30 pacientes com cancro em quimioterapia, e o outro grupo composto por 108 consumidores saudáveis."
Cada provador recebeu uma amostra dos três gelados e atribuiu uma nota aos produtos, a partir de uma escala sensorial que variava de um a sete pontos, sendo que notas acima de cinco indicariam a aceitação.
Para que fosse considerado aprovado pelas suas propriedades sensoriais e pudesse ser comercializado, era preciso que pelo menos 75% dos participantes dessem notas acima de cinco para cada uma das amostras.
De acordo com Francilene, os resultados da aceitação para os três sabores foram bem sucedidos, pois obteve-se uma média que variou de 77% a 98%.
"Podemos concluir que a escolha cuidadosa dos ingredientes tornou possível que desenvolvêssemos um produto de alto valor nutricional e com excelente aceitação pelo público, tanto o saudável quanto aquele em tratamento contra o cancro", salienta a investigadora.
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