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A pensar na segurança o “homem do semáforo” de Berlim nasceu há 57 anos

De nariz arredondado, chapéu e revelando uma pequena barriguinha, o ‘Ampelmann’ (Homem do semáforo), criado em 1961 e atualmente marca de sucesso, é um dos poucos símbolos da Alemanha de Leste que ainda pode ser encontrado por Berlim.

A pensar na segurança o “homem do semáforo” de Berlim nasceu há 57 anos
Notícias ao Minuto

08:32 - 13/10/18 por Lusa

Mundo Peões

Foi a 13 de outubro de 1961 que Karl Peglau apresentou os desenhos dos “homenzinhos do semáforo”. Por trás dos bonecos simpáticos e originais, pensados para as passagens de peões, ele tinha como objetivo principal a segurança rodoviária.

O psicólogo de tráfico defendia que as cores usadas, o vermelho, o verde e o laranja, não estavam pensados para os daltónicos, por isso era necessário diferenciar as formas. Argumentava também que as cores eram fracas, se comparadas com as luzes dos anúncios ou com o reflexo do sol.

“É possivelmente o mais bonito e original semáforo para peões do mundo. Além disso, tem uma história muito interessante. Ele foi criado no lado comunista da Alemanha e depois da reunificação queriam eliminá-lo. Foi isso que aconteceu com a maioria das coisas usadas e praticadas na Alemanha de Leste, depois da queda do muro de Berlim, desde a política, à economia, passando pelos objetos”, revela Markus Heckhausen, administrador da marca e da empresa Ampelmann.

Heckhausen mudou-se da antiga República Democrática Alemã (RDA) para Berlim cinco anos depois da reunificação e “no meio do cinzento” encontrou a luz dos semáforos para peões e apaixonou-se.

“Mudei-me para o lado leste, e experimentei o humor, os sentimentos das pessoas nesse período. Comecei a pensar: e se existirem coisas que realmente são melhores no lado oriental? Por exemplo, o semáforo dos peões”, conta o designer do produto 'Ampelmann'.

“Tentei conservá-lo, porque na altura queriam eliminá-lo. Queria criar um produto e torná-lo famoso e popular. Fiz uma nota de imprensa e mostrei a minha ideia, contei a história do produto, o símbolo que ele representava, e porque não deveria ser deitado fora. Os políticos do lado ocidental entenderam o que estava em causa e decidiram preservá-lo”, partilha o designer gráfico.

Os 'Ampelmännchen' tornaram-se uma espécie de mascotes da Alemanha de Leste e de um movimento de nostalgia chamado 'Ostalgie'.

“É muito importante para as pessoas da antiga República Democrática Alemã. É um pedaço da sua identidade da qual se sentem muito orgulhosos. É das poucas coisas que sobreviveram à queda do muro, juntamente com os Trabis (um modelo de carro que já não é construído) e mais duas ou três coisas”, sublinha Markus Heckhausen.

Mesmo para os restantes alemães, é um símbolo da nova Berlim, de uma cidade unida novamente. Estes “homenzinhos” não estão apenas nos semáforos, mas em vários produtos, espalhados por várias lojas, e nas redes sociais.

“Abri as primeiras lojas no final dos anos 1990, trabalhei diretamente com Karl Peglau que me ajudou em todo o processo. Desde então a marca não tem parado de crescer, cresceu ao mesmo ritmo da cidade”, adianta o fundador da empresa Ampelmann.

No total, são oito as lojas espalhadas pela cidade, com todo o tipo de produtos ligados ao boneco dos semáforos, desde ‘t-shirts’ para adultos, passando por roupa para crianças, utensílios para cozinha, ou ‘souvenirs’.

O desenhador do produto e fundador da empresa avança que a prioridade é “desenvolver mais a marca”, para que “o Ampelmann seja de todos”.

“Queremos que a marca seja mais sustentável e também temos como objetivo centrar-nos mais na segurança rodoviária das crianças, como se voltássemos às origens. Queremos, por exemplo, criar produtos ligados à segurança das bicicletas, como refletores. Também produtos ligados a viagem, porque o Ampelmann caminha muito e por isso pensamos que faz sentido”, acrescenta Markus Heckhausen.

Além de Berlim, os 'Ampelmännchen' também podem ser encontrados nas cidades de Heidelberg e Saarbrücken, por exemplo.

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