"É absolutamente essencial dar uma imagem melhor" do SNS
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, instou hoje o Governo a reforçar o investimento na Saúde, para combater a "preocupante perceção" dos portugueses de que são mais bem tratados no privado do que no público.
© Miguel Guimarães
País Miguel Guimarães
Falando durante uma visita ao Hospital de Braga, Miguel Guimarães disse que aquela "perceção" resulta, nomeadamente, das "deficiências" que existem no Serviço Nacional de Saúde a nível de capital humano, com atrasos nas consultas e cirurgias, e de estruturas físicas.
"Esta perceção é preocupante e deve servir como um sinal para o Governo ter mais atenção à Saúde e, aproveitando até esta fase, dedicar mais algum daquilo que é o Orçamento do Estado à Saúde", referiu.
Miguel Guimarães comentava, assim, as conclusões do inquérito "Saúde uma Prioridade", feito no âmbito do projeto 3F - Financiamento Fórmula para o Futuro, promovido pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares.
De acordo com o estudo, três em cada quatro portugueses consideram que a saúde não é uma prioridade para o Governo, apontando para pouca preocupação com os utentes, demoras no atendimento e falta de profissionais de saúde.
O inquérito, feito a mais de 600 adultos portugueses, tendo em conta a estratificação da população, mostra que 74% dos inquiridos diz que a saúde não é uma prioridade para o Governo em Portugal.
Os que entendem que não é uma área prioritária para o Governo dão como indicador a “pouca preocupação com a saúde dos utentes”, os “tempos de espera longos”, a “falta de médicos/profissionais de saúde” e também um “baixo investimento na saúde”.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, é "absolutamente essencial dar uma imagem melhor" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), reforçando o investimento no setor.
"A média dos países da OCDE valoriza a saúde em 6,5% do PIB. Nós estamos a valorizar em 5,2% do PIB. Se pensarmos especificamente no SNS estamos a falar em 4,8%", referiu.
Para Miguel Guimarães, esta é uma percentagem "ainda baixa, "não dá para resolver muitos dos problemas que existem" e contribui para que os portugueses tenham uma perceção errada do SNS.
"O SNS continua a ter serviços de excelência, a resolver os problemas mais complicados, a quase totalidade dos médicos é formada no SNS e, por isso, trabalham de igual forma no privado e no público", enfatizou.
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