Austrália eleva alerta de ocorrência do El Niño na região
O instituto de meteorologia australiano (BOM) ativou o alerta para o 'El Niño' devido à possibilidade deste fenómeno climático ocorrer, ainda este ano, na região do Pacífico, e afetar vários países, incluindo Timor-Leste.
© Reuters
Mundo Clima
"A previsão do El Niño Oscilação Sul (ENSO) foi elevada para Alerta El Niño. Isso significa que a possibilidade do El Niño se formar em 2018 é de 70%, ou o triplo do valor normal", de acordo com um boletim divulgado na quarta-feira à noite página na Internet do BOM.
"O oceano Pacífico tropical aqueceu e está a aproximar-se dos limiares do El Niño. As últimas observações e perspetivas do modelo sugerem que é provável um aquecimento adicional", indicou.
O fenómeno 'El Niño' traduz-se em alterações na distribuição da temperatura da superfície da água do oceano Pacífico, com efeito na meteorologia da região.
Se este quadro se verificar, este será o terceiro ano, nos últimos quatro, em que o fenómeno afeta a região, o que poderá condicionar severamente o clima, e consequentemente, a produção agrícola.
Fonte da ONU em Timor-Leste confirmou à Lusa que a questão está já a ser analisada, tendo em conta eventuais impactos na situação alimentar das populações em algumas das zonas mais remotas e isoladas do país.
De acordo com especialistas, os fenómenos registados em 2015 e 2016 afetaram significativamente os padrões da chuva em Timor-Leste, condicionaram a produção agrícola e causaram carências alimentares adicionais em várias zonas.
Ainda que o Alerta El Niño não seja uma garantia de que o fenómeno venha a acontecer, para os especialistas australianos é "uma indicação de que os precursores mais típicos de um evento como este estão a ocorrer".
E apesar de ser mais tarde no ano do que o normal para o El Niño se desenvolver, há precedentes para isso ocorrer.
Um dos fatores que está a elevar o alerta é a combinação do aquecimento no oceano Pacífico com um fenómeno no oceano Índico [Dipolo do Oceano Índico, IOD], que consiste numa oscilação não-periódica das temperaturas da superfície do mar entre fases, chamadas positivas e negativas.
"Quando combinados esses dois eventos na primavera [no hemisfério sul] aumentam a possibilidade de um final seco e quente para o ano. Também aumenta o risco de ondas de calor e clima no sul", explicou o BOM.
Em 2015 e 2016, a ocorrência do El Niño contribuiu para graves problemas de nutrição em várias zonas do país, com o clima a causar uma queda significativa na produção de cereais. Em 2017, aquela produção recuperou ligeiramente, mas manteve-se aquém da média.
Segundo equipas no terreno, as zonas de maior preocupação são os municípios de Baucau, Bobonaro, Covalima, Lautem, Oecusse e a região costeira de Viqueque.
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